A 3 de agosto completa-se precisamente o terceiro ano desde a resolução do Banco Espírito Santo.
A conversa exclusiva com o Dinheiro Vivo/JN decorreu no escritório de Ricardo Salgado, numa vivenda em Cascais, onde prepara a sua defesa e escreve as memórias, que quer lançar até final do ano. Acerca do colapso do BES, durante toda a entrevista deita culpas ao governador do Banco de Portugal e a Passos Coelho. Aceitou responder a todas as perguntas que o Dinheiro Vivo/JN colocou.
Começamos pela compra do Novo Banco pela Lone Star. Como analisa esta aquisição?
Ironicamente, tal como era o GES, a Lone Star é um conglomerado misto, composto por uma área financeira e outra não financeira. A natureza destas instituições foi desconsiderada e criticada pelo governador do Banco de Portugal [BdP]. Em contradição aberta à posição defendida pelo governador na comissão parlamentar de inquérito ao BES em 17 de novembro de 2014 - de colocar um fim aos conglomerados mistos e que foi utilizada com uma veemência pouco habitual no Dr. Carlos Costa como um dos argumentos para aplicar ao BES como medida de resolução - assistimos agora à emergência de novos conglomerados mistos em Portugal. A diferença é que estes são estrangeiros.