Exército diz que não há promoção em curso e EMGFA segura o general. PCP considera que ministro está "estranhamente condicionado" sobre a nomeação.
O chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) pediu um parecer à PGR sobre o processo do oficial que esteve no centro da chamada "trapalhada dos generais". Quatro meses após o DN noticiar o caso - que envolveu alegadas falsificações de ordens de serviço no Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) e que estão a ser alvo de investigação judicial -, o Exército diz que "não existe qualquer processo de promoção do major-general Tiago Vasconcelos".
O facto pode deixar em situação irregular este oficial general, atual Adjunto para o Planeamento e Cooperação do chefe do EMGFA, general Pina Monteiro. A passagem à reserva de Tiago Vasconcelos, que deveria ter ocorrido há um ano por atingir o limite de tempo no posto (seis anos após a promoção a major-general), está suspensa ("sustada" na terminologia militar) e isso só é possível quando está em vista uma promoção, neste caso a tenente-general.
"Se não há promoção, está ilegalmente sustado e deve passar à reserva", afirma o deputado comunista Jorge Machado. "O PCP já questionou duas vezes o ministro da Defesa sobre a chamada "trapalhada dos generais" e não obteve resposta. Este novo elemento vem adensar um caso que não dignifica as Forças Armadas e que merecia outra resposta do ministro, que nos parece estar estranhamente condicionado", afirmou. Jorge Machado sublinhou que "todo o processo parece de legalidade duvidosa e este novo facto ainda agrava mais as dúvidas que temos do ponto de vista jurídico".