A primeira reunião "a quatro" entre o PSOE, o Podemos, a Izquierda Unida e o Compromís para um governo de esquerda em Espanha terminou sem acordo, mas com as formações a acertarem nova ronda na terça-feira.
"Se tivermos de continuar na quarta-feira, continuamos na quarta-feira. Se tivermos de continuar na quinta, continuamos na quinta", afirmou o deputado da Izquierda Unida (comunistas) Alberto Garzón, que serviu de "pivot" para articular todos os grupos de negociadores neste encontro, que surge a dez dias da primeira votação de investidura no Congresso dos deputados espanhol.
Ao mesmo tempo que as formações de esquerda falavam, o líder dos socialistas, Pedro Sánchez, - o homem que vai a votos na primeira tentativa de investidura - reunia-se, fora dos holofotes, com o líder do Ciudadanos (centro-direita), Albert Rivera, com quem quer fechar um acordo. No entanto, PSOE e Ciudadanos apenas estarão a acertar um acordo de investidura e não de governo.
O PSOE tenta acertar a geometria de vários grupos parlamentares espanhóis (desde o Podemos, aos nacionalistas bascos), uma vez que apenas obteve 90 deputados nas eleições de 20 de dezembro. Na primeira votação de investidura é necessária uma maioria absoluta (176 deputados), mas essa "fasquia" baixa numa segunda votação, que apenas requer maioria simples.
A reunião de hoje entre as forças de esquerda durou cerca de cinco horas.
Os quatro partidos, explicou Garzón após o encontro, estão de acordo quanto à necessidade de evitar novas eleições (que serão marcadas para 26 de junho se não for escolhido um presidente do Governo até 03 de maio) e noutro ponto: "não dar a mínima oportunidade" a Mariano Rajoy (PP, direita no poder) de ser reeleito.
O PP ganhou as eleições de dezembro com 123 deputados, mas sem maioria abosoluta e abrindo caminho a acordos pós-eleitorais da esquerda.