Um tribunal londrino condenou, esta sexta-feira, um "guru maoista" a 23 anos de prisão por ter violado duas das suas seguidoras e sequestrado a própria filha durante 30 anos.
Aravindan Balakrishnan, 75 anos, conhecido pelo pseudónimo de "camarada Bala", fundou na década de 1970 em Brixton, sul de Londres, o Instituto dos trabalhadores sobre o pensamento do Marxismo-Leninismo Mao-Tsé-Tung.
Uma "seita", segundo referiu o procurador, e cujo objetivo consistia em "derrubar o Estado fascista britânico".
No decurso do processo, Balakrishnan negou todas as acusações que lhe foram imputadas.
Definido pela acusação como um "orador carismático", conseguiu atrair cerca de uma centena de adeptos, antes de a sua influência começar a diminuir e ficar reduzida a um pequeno círculo de seis mulheres "que o veneravam como a um deus", incluindo a sua mulher.
"Elas viviam na violência, no medo e no isolamento", petrificadas perante um homem que lhes fez "uma lavagem ao cérebro" e as convenceu que podia controlar "a lua, o sol, o fogo e os ventos", refere a ata de acusação.
Duas mulheres foram "agredidas sexualmente e submetidas a atos sexuais degradantes e humilhantes". "Após ter violado uma delas, disse-lhe que a tinha purificado", prossegue o libelo acusatório.