* Cantinho Satkeys

Refresh History
  • j.s.: tenham um excelente fim de semana  49E09B4F
    Hoje às 17:07
  • j.s.: dgtgtr a todos  4tj97u<z
    Hoje às 17:07
  • FELISCUNHA: Boa tarde pessoal  49E09B4F bom fim de semana  htg6454y
    05 de Setembro de 2025, 14:53
  • JPratas: try65hytr A Todos  4tj97u<z classic k7y8j0
    05 de Setembro de 2025, 03:10
  • cereal killa: dgtgtr pessoal  4tj97u<z
    03 de Setembro de 2025, 15:26
  • FELISCUNHA: ghyt74  pessoal   49E09B4F
    01 de Setembro de 2025, 11:36
  • j.s.: de regresso a casa  535reqef34
    31 de Agosto de 2025, 20:21
  • j.s.: try65hytr a todos  4tj97u<z
    31 de Agosto de 2025, 20:21
  • FELISCUNHA: ghyt74   49E09B4e bom fim de semana  4tj97u<z
    30 de Agosto de 2025, 11:48
  • henrike: try65hytr     k7y8j0
    29 de Agosto de 2025, 21:52
  • JPratas: try65hytr Pessoal 4tj97u<z 2dgh8i classic k7y8j0
    29 de Agosto de 2025, 03:57
  • cereal killa: dgtgtr pessoal  2dgh8i
    27 de Agosto de 2025, 12:28
  • FELISCUNHA: Votos de um santo domingo para todo o auditório  4tj97u<z
    24 de Agosto de 2025, 11:26
  • janstu10: reed
    24 de Agosto de 2025, 10:52
  • FELISCUNHA: ghyt74   49E09B4F  e bom fim de semana  4tj97u<z
    23 de Agosto de 2025, 12:03
  • joca34: cd Vem dançar Kuduro Summer 2025
    22 de Agosto de 2025, 23:07
  • joca34: cd Kizomba Mix 2025
    22 de Agosto de 2025, 23:06
  • JPratas: try65hytr A Todos e Boas Férias 4tj97u<z htg6454y k7y8j0
    22 de Agosto de 2025, 04:22
  • FELISCUNHA: ghyt74  pessoal  4tj97u<z
    21 de Agosto de 2025, 11:15
  • cereal killa: dgtgtr e boas ferias  r4v8p 535reqef34
    18 de Agosto de 2025, 13:04

Autor Tópico: Panteão Nacional  (Lida 650 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.

Offline sotam

  • Membro Satkeys
  • *
  • Mensagens: 4393
  • Karma: +1/-0
  • Sexo: Masculino
Panteão Nacional
« em: 02 de Fevereiro de 2014, 21:56 »
Panteão Nacional



Inaugurado no ano em que a ponte sobre o Tejo foi concluída (1966), o Panteão Nacional tem uma história atribulada, marcada por um roubo, uma maldição e uma tempestade. A construção arrastou-se por tanto tempo que a expressão ‘obras de Santa Engrácia’ passou a designar algo que nunca ficará terminado. Hoje, o edifício está preparado, diz a directora, para receber “os melhores” – uma definição que, nos últimos anos, não se tem revelado consensual.

D. Manuel I e D. Maria, D. João III e D. Catarina de Áustria, D. Sebastião e o Cardeal D. Henrique, Vasco da Gama, Luís de Camões, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa – quatro reis, duas rainhas, dois poetas, um navegador e um historiador. Nenhuma destas grandes figuras da nossa História está, porém, sepultada no Panteão Nacional. Estão todos no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém. “Em 1916 é determinado que a igreja [de Santa Engrácia] vai ter a função de Panteão Nacional para receber os nossos melhores, mas as obras ainda não estavam terminadas. Entretanto, o Mosteiro dos Jerónimos vai cumprindo essas funções”, diz a directora do Panteão, Isabel Melo.

E foi precisamente dos Jerónimos que chegou a primeira vaga de personagens ilustres – três Presidentes e três escritores – aquando da inauguração do Panteão, em 1966. Além desses túmulos (a que se juntariam outros quatro), o monumento alberga seis cenotáfios vazios. O de Camões é um deles. “Às vezes os turistas vêm dos Jerónimos, onde acabaram de ver o túmulo de Camões, e ficam confusos: ‘Afinal o Camões está lá ou está aqui?!’”, diz Isabel Melo.

A actual directora entrou em funções em 2007, ano em que Aquilino Ribeiro foi para ali trasladado. Da cerimónia, recorda o “protocolo ao mais alto nível”. E desvaloriza a presença de algumas dezenas de pessoas à porta, que acusaram Aquilino de estar envolvido no regicídio de 1908. No interior, os protestos não se fizeram sentir.

Mais recentemente, também a eventual trasladação do futebolista Eusébio da Silva Ferreira gerou polémica. O rastilho foi ateado pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que durante o velório do jogador mencionou os “custos mesmo muito elevados, na ordem de centenas de milhares de euros” da operação – embora se saiba que a trasladação de Aquilino custou aproximadamente 40 mil euros.

Alguns dias depois, Vasco Pulido Valente contra-atacava no Público, referindo que entre os ‘inquilinos’ do Panteão há “uma série de mediocridades, que nunca se distinguiram por terem ajudado a humanidade ou os portugueses. Sim, senhor, Eusébio merece um Panteão. Mas não aquele”.

Também no Público, num artigo intitulado ‘O Panteão de chuteiras’, João Miguel Tavares respondeu: “Inverter a discussão sobre se Eusébio deve ou não ir para o Panteão argumentando, em delírio hiperbólico, que ele é muito maior do que a Igreja de Santa Engrácia e merece melhor companhia é, digamos assim, uma entrada com os pitons à frente”.

Seja como for, Eusébio só poderá dar entrada no mausoléu dos ilustres depois de ter passado um ano sobre a sua morte, na melhor das hipóteses em Janeiro de 2015. Antes disso, realizar-se-á a trasladação dos restos de Sophia de Mello Breyner, prevista para as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril. A confirmar-se, os túmulos de Sophia e Eusébio deverão ocupar os espaços vazios na sala onde estão Aquilino e Humberto Delgado. Mas não é seguro – recorde-se que em 2012 Passos Manuel, por ironia o autor do decreto que ‘criou’ o Panteão, viu a entrada no memorial ser-lhe negada por falta de verbas.

A maldição de Santa Engrácia

A história do monumento remonta aos finais do século XVI, quando uma igreja foi ali erguida por vontade da infanta D. Maria, filha do Rei D. Manuel I e devota de Santa Engrácia. “Em 1630 deu-se na igreja um roubo sacrílego, tendo sido arrombado o sacrário. Foi dado como culpado o hebreu Simão Pires Solis, que foi queimado vivo”, lê-se no Guia de Portugal, de Raul Proença. “E aí entra um pouquinho a lenda”, adverte Isabel Melo: “Ele ao passar por aqui terá dito: ‘Tão certo é eu ser inocente como esta igreja nunca ser acabada’”.

A ‘maldição’ estava lançada. “Quando estão a decorrer as obras, há uma tempestade e essa primitiva igreja vai ruir”, continua a directora.

A primeira pedra do edifício que hoje podemos visitar foi lançada em 1682. A obra ficou a cargo do mestre João Antunes, que desenhou um edifício barroco muito inspirado nas igrejas italianas. “É um monumento único no panorama nacional, com uma arquitectura que foi inovadora na altura e que não teve continuidade”. A responsável destaca as “paredes onduladas, que fazem contrastes de luz e sombra” e os “embutidos em mármore de várias cores”. “Mas o arquitecto morre em 1712 e a igreja vai permanecer inacabada, fica sem cúpula. Entretanto é entregue ao exército, chega a ser fábrica de calçado e depósito de armamento”. Para o espaço não ficar a céu aberto, o vazio é coberto com uma calote de ferro e vidro.

A criação de um Panteão Nacional chega em 1836 pela mão de Passos Manuel, “na sequência dos ideais da Revolução Francesa. Aparece a necessidade de

um Panteão Nacional – não ?? um Panteão Real – em que as pessoas são acolhidas pelos feitos extraordinários que desenvolveram ao longo da vida”. Por isso não há reis sepultados em Santa Engrácia. “Em 1916 é determinado que vai ser esta igreja a desempenhar essa função – mas permanece inacabada”.

Até que em 1966, passados quase três séculos sobre o lançamento da primeira pedra, a cúpula é concluída. Para a apreciarmos melhor, subimos “cinco andares, mas correspondem a nove” num elevador que se encontra dissimulado por detrás de uma porta de madeira perfeitamente insuspeita. “É uma das vantagens de as obras terem terminado tão tarde. Em tudo o resto o edifício é simétrico, menos no elevador, que só tem um”. A 42 metros de altura, a directora do monumento mostra, gravada na pedra, a assinatura do arquitecto Amoroso Lopes, que contou com a ajuda do engenheiro Edgar Cardoso. O acesso ao lanternim, outros 42 metros acima, faz-se através de uma escada que serpenteia sobre entre os dois zimbórios – o interior e o exterior.

O ano de 1966, além de ter assistido à inauguração do Panteão, foi também aquele em que ficou concluída a ponte sobre o Tejo e, claro, o do Mundial de Inglaterra, em que Eusébio brilhou ao serviço da Selecção Nacional. Isabel Melo prefere não se pronunciar sobre a vinda ou não do Pantera Negra. Mas sabe que o Panteão ainda tem lugar para muitos heróis nacionais. “Não há capacidade-limite. Eu só os recebo e tenho de os receber bem”.

Bem recebidas também são as escolas que visitam o monumento: “As crianças fazem perguntas extraordinárias”, conta a anfitriã. “Às vezes perguntam se os mortos lá dentro [dos túmulos] estão de pé, deitados ou sentados”. E há alunos mais ambiciosos que querem saber se também eles poderão dar entrada no Panteão. “Eu digo-lhes que sim, com certeza”. Quem sabe, um dia conquistarão o seu lugar entre os eleitos.
MUITO SE ENGANA QUEM JULGA.