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A moça mostrava a coxa
Cantinho Satkeys
j.s.
:
a todos
01 de Julho de 2025, 17:18
FELISCUNHA
:
Votos de um santo domingo para todo o auditório
29 de Junho de 2025, 11:59
m1957
:
Foi de boa vontade!
28 de Junho de 2025, 00:39
j.s.
:
passem f.v. por aqui
[link]
27 de Junho de 2025, 17:20
j.s.
:
renovamos o nosso pedido para uma pequena ajuda para pagemento do nosso forum
27 de Junho de 2025, 17:19
j.s.
:
aos convidados de honra Felizcunha e M1957 pela ajuda
27 de Junho de 2025, 17:15
j.s.
:
a todos
27 de Junho de 2025, 17:13
FELISCUNHA
:
pessoal
27 de Junho de 2025, 11:51
JPratas
:
A Todos
27 de Junho de 2025, 04:35
m1957
:
Por favor vaamos todos dar uma pequena ajuda, para não deixar encerrar o fórum! Obrigado.
26 de Junho de 2025, 23:45
FELISCUNHA
:
j.s. enviei PM
26 de Junho de 2025, 21:33
FELISCUNHA
:
pessoal
26 de Junho de 2025, 21:33
JPratas
:
Pessoal
26 de Junho de 2025, 02:28
cereal killa
:
Boa Tarde Pessoal E com enorme tristeza que depois de 15 anos que idealizei e abri este fórum vejo que esta na iminência de fechar portas porque ninguém tenta ajudar o pagamento do servidor, mas cada ano e sempre difícil arranjar almas caridosas que nos bom ajudando mas este ano esta complicado, mas infelizmente e como diz o j.s dia 5/07 se não houver algumas ajudas esta vez vai mesmo fechar…..e pena e triste mas tudo na vida tem fim. obrigada cereal killa
25 de Junho de 2025, 19:40
j.s.
:
[link]
23 de Junho de 2025, 15:58
j.s.
:
a todos um excelente S. João
23 de Junho de 2025, 15:48
j.s.
:
se não houver alteração ao nosso pedido
23 de Junho de 2025, 15:46
j.s.
:
avisamos que por decisão da administração o forum IRÁ FECHAR PORTAS A 05/07/2025
23 de Junho de 2025, 15:44
j.s.
:
como todos os membros estão a demonstrar um total desinteresse pelo nosso pedido,
23 de Junho de 2025, 15:42
j.s.
:
está a decorrer um pedido para a ajuda para pagamento do servidor e nome onde está alojado o forum
23 de Junho de 2025, 15:39
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Tópico: A moça mostrava a coxa (Lida 1834 vezes)
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
casconha
Visitante
A moça mostrava a coxa
«
em:
30 de Setembro de 2013, 14:27 »
A moça mostrava a coxa,
a moça mostrava a nádega,
só não mostrava aquilo
– concha, berilo, esmeralda –
que se entreabre, quatrifólio,
e encerrra o gozo mais lauto,
aquela zona hiperbórea,
misto de mel e de asfalto,
porta hermética nos gonzos
de zonzos sentidos presos,
ara sem sangue de ofícios,
a moça não me mostrava.
E torturando-me, e virgem
no desvairado recato
que sucedia de chofre
á visão dos seios claros,
qua pulcra rosa preta
como que se enovelava,
crespa, intata, inacessível,
abre-que-fecha-que-foge,
e a fêmea, rindo, negava
o que eu tanto lhe pedia,
o que devia ser dado
e mais que dado, comido.
Ai, que a moça me matava
tornando-me assim a vida
esperança consumida
no que, sombrio, faiscava.
Roçava-lhe a perna. Os dedos
descobriam-lhe segredos
lentos, curvos, animais,
porém o maximo arcano,
o todo esquivo, noturno,
a tríplice chave de urna,
essa a louca sonegava,
não me daria nem nada.
Antes nunca me acenasse.
Viver não tinha propósito,
andar perdera o sentido,
o tempo não desatava
nem vinha a morte render-me
ao luzir da estrela-d'alva,
que nessa hora já primeira,
violento, subia o enjoo
de fera presa no Zôo.
Como lhe sabia a pele,
em seu côncavo e convexo,
em seu poro, em seu dourado
pêlo de ventre! mas sexo
era segredo de Estado.
Como a carne lhe sabia
a campo frio, orvalhado,
onde uma cobra desperta
vai traçando seu desenho
num frêmito, lado a lado!
Mas que perfume teria
a gruta invisa? que visgo,
que estreitura, que doçume,
que linha prístina, pura,
me chamava, me fugia?
Tudo a bela me ofertava,
e que eu beijasse ou mordesse,
fizesse sangue: fazia.
Mas seu púbis recusava.
Na noite acesa, no dia,
sua coxa se cerrava.
Na praia, na ventania,
quando mais eu insistia,
sua coxa se apertava.
Na mais erma hospedaria
fechada por dentro a aldrava,
sua coxa se selava,
se encerrava, se salvava,
e quem disse que eu podia
fazer dela minha escrava?
De tanto esperar, porfia
sem vislumbre de vitória,
já seu corpo se delia,
já se empana sua glória,
já sou diverso daquele
que por dentro se rasgava,
e não sei agora ao certo
se minha sede mais brava
era nela que pousava.
Outras fontes, outras fomes,
outros flancos: vasto mundo,
e o esquecimento no fundo.
Talvez que a moça hoje em dia...
Talvez. O certo é que nunca.
E se tanto se furtara
com tais fugas e arabescos
e tão surda teimosia,
por que hoje se abriria?
Por que viria ofertar-me
quando a noite já vai fria,
sua nívea rosa preta
nunca por mim visitada,
inacessível naveta?
Ou nem teria naveta...
Carlos Drummond de Andrade
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