O Ministério Público (MP) suspeita da omissão deliberada de créditos com um elevado grau de incumprimento na Caixa Geral de Depósitos.
Uma prática que terá ocorrido com maior intensidade "a partir do ano de 2007", com o objetivo de esconder "o passivo gerado" no banco público.
Numa decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), enviada à Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização e Gestão da CGD, na última sexta-feira, e à qual o JN teve acesso, lê-se que o Ministério Público acredita que "terá sido determinada a omissão de alguns registos de incumprimento" na Caixa, até 2016 - data em que "foi confrontada com a necessidade de proceder ao registo de imparidades". Ou seja, créditos sobre os quais não havia garantias de recebimento pelo banco público terão sido "classificados no segmento de créditos sem incumprimento".
Apesar de datar de setembro de 2016 a abertura de um inquérito do Ministério Público à gestão da CGD, só agora se conhece com mais pormenor o que está em causa.