A falta de examinadores nos centros do Estado agravou-se com a aposentação de muitos deles e o impedimento de contratar novos.
No centro de exames de Setúbal do IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes) há candidatos que estão à espera desde abril pela marcação do exame de condução. É o caso de Tiago, 18 anos, que só na sexta-feira foi, finalmente, notificado de que o teste que o habilitará a ser condutor ficou marcado para os primeiros dias de julho. "Na escola de condução explicaram-me que só há um examinador para o distrito de Setúbal e que só não há problemas no Barreiro", contou.
No Barreiro há um centro privado de exames de condução a que os candidatos de Setúbal podem recorrer, e até fazer a prova no espaço de duas semanas a partir da inscrição, mas é uma alternativa pouco agradável para quem se treinou ao volante nas ruas de outra cidade. Há colegas de Tiago que estão na mesma situação, segundo contou. O jovem acrescentou ainda que, dado o atraso com que foi marcado o exame, acabou por ter custos acrescidos, com que não contava, porque teve de comprar mais três aulas de condução para "desenferrujar" dos três meses que esteve parado e que lhe custaram mais de 60 euros.
O problema de Setúbal é extensível a outros 18 centros do IMT, localizados nas capitais de distrito (com exceção ao vigésimo, o de Sobral de Monte Agraço), uma vez que há uma reconhecida falta de examinadores no Estado. "Nos últimos anos, a administração pública não tem tido permissão para recrutar trabalhadores externos à própria administração e os que exercem a atividade de examinação têm vindo a aposentar-se por terem atingido a idade para o efeito", admite, em resposta escrita ao DN, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes.