Em entrevista, Nogueira defende a greve dos professores e culpa o governo pelo momento em que esta aconteceu. Revela também que por vezes sente o desgaste da função, e gostaria de voltar à escola, mas não estabelece prazos para sair
A greve de professores valeu a pena?
Valeu muito a pena. Se não valesse a pena, teria sido para o Ministério da Educação algo de irrelevante. Não teria sentido ter estado sentado, o ministro da Educação e a sua equipa, em dois dias, mais tempo do que diria em toda a legislatura. Foram nove horas de reunião e, sobretudo, percebeu-se exatamente que tipo de abertura é que neste momento o governo tem para dar resposta aos problemas dos professores. Para aqueles aspetos que estavam em cima da mesa, foi absolutamente transparente até onde é que o ministério ou o governo irão e o que é que para eles, neste momento, continua a ser tabu. E a adesão dos professores, em particular do pré-escolar e do 1.º ciclo, foi das mais elevadas de sempre.
Do ponto de vista da opinião pública a altura era complexa: exames, a tragédia dos incêndios. Sente que as pessoas entenderam as razões da greve?