Carol Denise Richardson foi condenada em 2006 por posse de 50 gramas de cocaína, que a justiça norte-americana acreditou ser destinada a tráfico. Passados dez anos, Barack Obama comutou-a, mas Carol está agora de volta à prisão.
Quando Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, cargo que abandonou em 2017, concordou com os defensores da reforma da justiça criminal, que argumentavam que as leis tratavam injustamente pessoas que tinham sido detidas por posse de droga. Isto porque o tratamento legal dado a quem é apanhado com crack (cocaína solidificada em cristais) é o mesmo que é dado a quem é apanhado com cocaína em pó que, apesar de menos volumosa, é mais cara e mais pura.
Acontece que, como os quadros penais a aplicar nesses casos têm por base o peso do produto, a condenação de alguém encontrado com meia dúzia de pedras de crack pode ser a mesma de alguém detido com o mesmo peso de pó de cocaína.
Contrariando essa lógica "injusta", Obama decidiu conceder clemência a uma série de presos condenados por crimes não-violentos relacionados com droga. Carol, condenada em 2006 a prisão perpétua (o juiz teve em conta o seu historial criminal) por posse de 50 gramas de cocaína, foi um deles. Foi libertada a 28 de julho, sob liberdade condicional durante dez anos.