A secretária-geral adjunta do PS destacou, este domingo, a "abertura" do partido a "todos os que defendem os princípios da solidariedade, igualdade e democracia", apontando o acordo de coligação alcançado na Maia para apoiar um independente.
Ana Catarina Mendes discursava no concelho da Maia, distrito do Porto, onde assinou, com o partido Juntos pelo Povo (JPP) e o independente Francisco Vieira de Carvalho, o primeiro e único acordo de coligação feito pelo PS no distrito do Porto e em todo o território continental com vista às autárquicas de outubro (foi feito um outro na Madeira, para apoiar a candidatura de Paulo Cafôfo).
A responsável do PS afirmou o PS como "um partido democrata, aberto a todos" e ouviu Francisco Vieira de Carvalho avisar que "a Câmara da Maia também vai ser sua, e poderá dizer que a vitória também é do PS", numa alusão às divergências que levaram ao fim do apoio do PS à recandidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto.
O PS decidiu em maio avançar com um candidato próprio à autarquia portuense, depois de uma rutura com o independente Rui Moreira, que a comissão política do movimento de apoio ao autarca relacionou com declarações de Ana Catarina Mendes, para quem a vitória de Moreira no Porto seria também "uma vitória do PS".
Hoje, a secretária-geral adjunta do PS começou o discurso vincando ser "uma enorme honra pertencer ao maior partido português e ter este espírito de abertura, um espírito democrata, que aceita lançar desafios a pessoas que não sendo militantes socialistas, integram projetos do PS".
"Quero, por isso, felicitar Francisco Vieira de Carvalho por ter aceite este nosso desafio", acrescentou.
Para a responsável, a presença na cerimónia do presidente da Federação Distrital do PS/Porto, Manuel Pizarro, e do ministro-adjunto Eduardo Cabrita, que tutela as autarquias, "deve também honrar protocolo que estamos a celebrar".
Ana Catarina Mendes dirigiu também "uma palavra muito forte à concelhia do PS da Maia, pelo trabalho que tem vindo a fazer, discreto mas sempre na lógica que o PS defende: de abertura".
"Aqui cabem todos os que defendem os princípios da solidariedade, da igualdade e da democracia", frisou.
Dirigindo-se ao secretário-geral do JPP, Ana Catarina Mendes apontou o PS como "um partido plural, capaz de reconhecer as diferenças, mas de se unir em torno do que é essencial".
"E o que é essencial aqui é a população da Maia, para que mude definitivamente de projeto politico", afirmou.
De acordo com Ana Catarina Mendes, a "abertura de espírito" do PS deve servir "também na possibilidade de encontrar, como encontramos no país, alianças para governar".
"Para o PS, só há um desígnio para estarmos no poder: transformar a vida dos portugueses numa vida melhor, respeitando-os, tratando-os com dignidade e devolvendo esperança às pessoas", disse.
A dirigente partidária mostrou ainda "esperança" de "olhar para o que está a ser feito no país e dizer que sim, que é possível outro caminho, mesmo quando nos querem dizer que não há alternativa".
"Há sempre alternativa e aqui na Maia vai haver também alternativa", notou.
Segundo Ana Catarina Mendes, "essa alternativa constrói-se quando acreditamos na política, quando temos orgulho nos projetos que encabeçamos e confiamos que é possível um mundo melhor para todas as pessoas".
"Por isso saímos daqui com esperança no futuro, confiança nos nossos protagonistas, e no nosso partido, um partido democrata, aberto a todos", observou.