A greve dos trabalhadores das cantinas marcada para esta segunda-feira pode levar ao fecho de escolas em todo o país, mas sobretudo no Norte e Centro, e deixar hospitais, empresas e organismos públicos sem refeições.
Em causa está a proposta de aumento salarial de 2% e de alterações ao contrato coletivo que prejudicam os trabalhadores, diz o Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo e Restaurantes do Norte.
Francisco Figueiredo, presidente do sindicato, espera uma boa adesão dos 20 mil trabalhadores e calcula que os efeitos se farão sentir sobretudo em escolas e hospitais. Nos hospitais, serão cumpridos os serviços mínimos que garantem as refeições dos doentes internados, mas trabalhadores e visitantes poderão ficar sem refeições. De fora estão hospitais como o São João (Porto), Pedro Hispano (Matosinhos) ou Mirandela. São servidos pela SUCH, que chegou a acordo com o sindicato.
Nas escolas o impacto pode ser maior, já que não podem abrir sem cantina. A concretizar-se será mais um dia de aulas perdido, a somar à tolerância de ponto dada pelo Governo na sexta-feira passada. As que abrirem serão fiscalizadas pelo sindicato, para apurar se são verdadeiros os rumores de que algumas estão a preparar sandes e fruta. "Se o fizerem em conivência com as concessionárias, estão a violar o direito à greve". Nesse caso, o departamento jurídico decidirá se apresenta queixa-crime contra o Conselho Diretivo e a concessionária.
As concessionárias propuseram um aumento salarial de 2%, com retroativos a janeiro, mas o sindicato entende que o valor deve ser maior porque os ordenados estão congelados desde 2010, apesar de o salário mínimo nacional ter subido, e de as vendas das empresas terem aumentado.
Ainda, as concessionárias querem cortar o subsídio noturno e o pagamento por trabalho em dia feriado, bem como criar uma nova categoria profissional indiferenciada.