Um ataque informático está afetar empresas portuguesas, apurou o JN junto de mais do que uma fonte.
O ataque deu-se pela manhã. O JN sabe que afetou, por exemplo, sistemas da Portugal Telecom, no Porto, em Coimbra e em Lisboa e da consultora KPMG. "Os computadores afetados ficaram com o monitor azul e não ligaram mais", disse uma fonte ao JN.
ATAQUE INFORMÁTICO VISA SOBRETUDO EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES
Os trabalhadores da empresa portuguesa foram aconselhados, por segurança, a desligarem os seus computadores da rede. Também os clientes da PT foram alertados "de que há um vírus perigoso a circular na Internet" e aconselhados a ter cuidado na navegação na rede e na abertura de anexos recebidos por correio eletrónico.
A PT confirmou o ataque e garantiu "que todas as equipas técnicas estão a assumir as diligências necessárias para resolver a situação, tendo sido ativados todos os planos de segurança desenhados para o efeito, em colaboração com as autoridades competentes. A rede e os serviços de comunicações fixo, móvel, móvel, internet e tv prestados pelo MEO não foram afetados", diz.
A Polícia Judiciária teve conhecimento do ataque informático massivo durante a manhã e a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e a Criminalidade Tecnológica (UNC3T) e estava a fazer diligências no sentido de apurar a amplitude e características do caso.
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Segundo o Centro Criptológico Nacional de Espanha, o ataque foi feito através de um programa de "ransomware", que que infeta o computador e encripta todos os ficheiros do utilizador.
Ataque também em Espanha e Reino Unido
Também as espanholas de telecomunicações "Telefónica" e Vodafone foram alvo do mesmo ataque.
A imprensa espanhola noticiou que "um vírus desconhecido provocou a paragem dos computadores afetados", ficando o monitor azul e tendo aparecido nalguns equipamentos uma mensagem a pedir o pagamento de uma quantia em "bitcoins", uma moeda virtual desenvolvida fora do controlo de qualquer Governo.
Em Espanha, o ataque informático não atingiu os sistemas que controlam os serviços de internet, telefone fixo ou telemóveis da Telefónica dos mais de 15 milhões de clientes em Espanha, asseguram fontes da empresa.
O chefe de segurança da Telefónica, o ex-pirata informático Chema Alonso, confirma o ataque, apesar de considerar que "as notícias são exageradas". No Twitter, diz que "a equipa está a trabalhar para resolver o problema" que afetou "outras empresas".
Já no Reino Unido, vários organismos do serviço público de saúde britânico (NHS), entre os quais hospitais, foram alvo de ataques informáticos que os obrigaram a cancelar atos médicos e desviar doentes para outras unidades.
"O inquérito está no início" mas deverá tratar-se do vírus Wanna Decryptor, adiantou o NHS num comunicado, acrescentando não ter ainda elementos que lhe permitam pensar que existiu acesso a dados dos doentes. O ataque não foi "dirigido especificamente contra" o serviço público de saúde e "afeta outros setores", sublinha.
Os hospitais pediram aos utentes que apenas se desloquem às unidades de saúde em caso de urgência.