Um pessoa morreu e pelo menos 144 ficaram feridas esta quarta-feira, em Caracas, quando a Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) e a Polícia Nacional Bolivariana reprimiram uma manifestação contra o Governo do presidente Nicolás Maduro.
A morte foi confirmada aos jornalistas pelo diretor dos serviços de saúde de Baruta (sudeste), Enrique Montbrun.
"Desta vez havia uma grande força repressiva (...), há 73 feridos (em Baruta) e um morto", disse.
A vítima foi identificada como Miguel Castillo, de 27 anos, que se manifestava na urbanização Las Mercedes, de Caracas.
"Morreu por traumatismo penetrante de um projétil de alta velocidade, que impactou a nível do tórax e produziu-lhe a morte imediata", explicou.
Por outro lado, segundo o alcaide de Chacao (leste de Caracas), Ramón Muchacho, pelas 16:15 horas locais (21:15 em Lisboa) 71 pessoas tinham sido atendidas pelos serviços de saúde daquele município, "vítimas da repressão de parte de funcionários da Guarda Nacional, durante a manifestação opositora.
Em Chacao, precisou, 54 feridos apresentaram quadros de traumatismos, dois ferimentos de bala, quatro tiros de borracha e 11 asfixia.
Por outro lado, segundo a imprensa venezuelana, alegados 'coletivos' (motociclistas armados afetos ao regime) dispararam contra manifestantes em La Candelária, nas proximidades do Centro de Caracas.
Os disparos foram efetuados, segundo fotos divulgadas através do Twitter, perante o olhar indiferente da polícia.
Ao lado, em San Bernardino, foi detido Sérgio Contreras, professor da Universidade Católica Andrés Bello e do partido opositor Vontade Popular, quando, com um megafone, falava aos manifestantes.
O deputado opositor Jorge Millán tentou impedir a detenção e foi agredido pela Polícia Nacional Bolivariana.
As forças de segurança venezuelanas impediram, hoje, milhares de pessoas, de chegar até à sede do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em protesto contra duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções do parlamento.
Os manifestantes protestam ainda pela convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último, pelo presidente Nicolás Maduro.
Cada vez são mais frequentes as queixas de manifestantes de aumento da repressão.
Desde há seis semanas que se intensificaram, na Venezuela, as marchas a favor e contra o Presidente venezuelano, tendo já provocado pelo menos 45 mortos e mais de 700 feridos