A Agência de Proteção do Ambiente (EPA, na sigla em inglês) vai prescindir, nos assessores, de entre cinco e nove cientistas e admite substitui-los por representantes das indústrias dos combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
A medida, confirmada esta segunda-feira por um porta-voz da EPA à agência noticiosa Efe, é mais um passo nos objetivos da Casa Branca de alterar a atuação da agência, encarregada de velar pela defesa do ambiente, para que dê prioridade à criação de emprego em indústrias como a do carvão, em detrimento da luta contra as alterações climáticas.
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A agência informou na sexta-feira vários membros da Junta de Assessores Científicos, integrada por 18 peritos que analisam as investigações da EPA para determinar se têm rigor suficiente, que o seu apontamento por três anos tinha terminado e não ia ser renovado.
O porta-voz da EPA, J.P. Freire, não quis confirmar à Efe quantos cientistas iriam ser removidos da Junta, um número que o diário "The New York Times" quantificou em cinco e o "Washington Post" em nove.
Segundo Freire, a agência não quer dar por garantir automaticamente a presença dos cientistas designados para a Junta pelo Presidente Barack Obama, preferindo "assegurar-se de que considera de forma justa" as "centenas de candidaturas" que a EPA recebeu para integrar esse órgão consultivo e escolher os melhores qualificados.
Freire confirmou assim que o administrador da EPA, Scott Pruitt, vai considerar a possibilidade de nomear para a Junta técnicos vinculados às indústrias cuja contaminação a agência supostamente deve regular, o que alarmou várias organizações científicas e de proteção do ambiente.
"Isto forma parte de um plano para que a ciência não se intrometa nos esforços (da Casa Branca) para eliminar as regulações" na indústria dos combustíveis fósseis, disse o presidente da União dos Cientistas Preocupados (UCS, na sigla em Inglês), Ken Kimmell, ao New York Times.