A imprensa internacional destacou, esta quinta-feira, nas primeiras páginas o feroz debate televisivo entre os candidatos à Presidência francesa, o centrista pró-europeu Emmanuel Macron e a dirigente da extrema-direita Marine Le Pen.
Nunca antes a França teve um debate tão áspero e violento como o que ocorreu esta noite, com dois candidatos que possuem projetos muito diferentes, mesmo antagónicos, e divergem também na dialética.
"Macron aguenta o choque e impõe-se face a Le Pen", titula o jornal francês conservador de centro-direita Le Figaro.
Já o Le Monde faz manchete com "Le Pen/Macron: O euro no coração do debate".
O jornal de esquerda Libération dedica toda a capa da edição desta quinta-feira ao confronto televisivo, com uma imagem dos dois candidatos.
O espanhol La Vanguardia também faz manchete com o debate entre os dois candidatos, com a legenda "Os dois sobrevivem. Macron e Le Pen saíram sem demasiados arranhões do debate para as presidenciais francesas".
Ainda em Espanha, o El Pais publica, numa chamada de capa, uma foto do debate sobre as presidenciais francesas com o título "Macron consolida-se após feroz frente a frente com Le Pen".
Os jornais britânicos The Guardian e Financial Times fazem menção à troca de insultos e debate hostil entre Macron e Le Pen.
Os jornais alemães Frankfurter Allegemeine e Süddeutsche Zeitung também destacam, nas edições digitais, o debate político sobre as presidenciais francesas.
Um artigo publicado na página "online" do New York Times também refere o "brutal debate presidencial em França", enquanto o Washington Post escreve que "insultos voaram" no frente a frente entre Macron e Le Pen.
Um ritual da vida política francesa desde 1974, o debate televisivo entre as duas voltas eleitorais constitui tradicionalmente um momento forte e por vezes decisivo das campanhas presidenciais.
Após dez dias de uma campanha agressiva entre as duas voltas das presidenciais, Emmanuel Macron, que obteve o melhor resultado na primeira volta, é ainda apontado pelas sondagens como o vencedor a 7 de maio, com cerca de 60% das intenções de voto, mas a margem de avanço em relação a Le Pen está a diminuir.
Num escrutínio muito observado internacionalmente, os dois candidatos devem convencer os muitos eleitores indecisos, com as previsões a apontarem para uma taxa de abstenção que pode ultrapassar os 22% no próximo domingo.
Os programas eleitorais dos dois candidatos estão nos antípodas: Emmanuel Macron é liberal e pró-europeu, Marine Le Pen é anti-imigração, anti-Europa e antissistema.
O primeiro agrada sobretudo aos jovens urbanos, à classe média e ao meio empresarial. A segunda seduz as classes populares, a população rural e uma fatia do eleitorado francês vítima de desemprego endémico.