O gelo da Península Antártica está a diminuir a um ritmo inferior ao que tinha sido calculado, segundo um novo estudo internacional sobre a parte mais a norte do continente da Antártida.
Uma equipa internacional de cientistas liderada pelo centro britânico de observação polar da Universidade de Leeds mediu pela primeira vez a evolução do fluxo de gelo e as mudanças de velocidade, reunindo informação de satélite sobre mais de 30 glaciares desde 1992.
Concluíram que entre 1992 e 2016, o fluxo da maior parte dos glaciares, as grandes massas de gelo daquela região, aumentou entre 20 a 30 centímetros por dia, equivalente a uma aceleração de 13% na velocidade a que se deslocam.
Estes resultados, publicados, esta terça-feira, na revista Geophysical Research Letters divergem do mais recente estudo, feito pela Universidade de Bristol, que apontava um aumento anual de 45 quilómetros cúbicos de gelo, número revisto agora para cerca de 15 quilómetros cúbicos de gelo a fluírem anualmente para o mar.
Mas as medições feitas pelos cientistas de Leeds corroboram as observações gerais de que a região está a perder gelo devido ao aumento de fluxo dos glaciares, num processo conhecido como desequilíbrio dinâmico.
A principal autora do estudo, Anna Hogg afirmou que foi analisada a temperatura da água em frente dos glaciares que aceleraram mais e que esta é "relativamente quente e salgada" e consegue "derreter o gelo na base dos glaciares, o que reduz a fricção e lhes permite moverem-se mais livremente".