Fonte da investigação revelou que o tamanho dos restos mortais indica que houve explosão, mas chefe da operação negou
Um membro da equipa de especialistas forenses egípcios que analisaram os restos mortais encontrados no Mediterrâneo acredita que houve uma explosão a bordo do voo MS804 da EgyptAir, que se despenhou na passada quinta-feira com 66 pessoas a bordo, depois de ter levantado voo do Aeroporto Charles de Gaulle (França) com destino ao Cairo. As declarações reforçam a tese de terrorismo, mas ainda não é certo que tenha sido essa a causa do acidente, até porque não foram encontrados explosivos e o próprio coordenador da investigação desmentiu a informação.
De acordo com um dos investigadores, que falou sob anonimato, os 80 restos mortais encontrados até ao momento são muito pequenos e "não há uma parte do corpo que esteja completa, como um braço ou uma cabeça", o que sugere que houve uma explosão. Contudo, adianta o El Mundo, não foram encontrados quaisquer explosivos, o que mantém a dúvida no ar. Mas o chefe da equipa de investigação, Hesham Abdelhamid, negou num comunicado citado pela agência Mena que tenha sido essa a causa do acidente, dizendo que se trata apenas de uma "mera suposição" que não vem da autoridade forense.
Sete dias depois do queda do avião ainda não há uma explicação oficial para o que terá acontecido com voo da EgyptAir, que se despenhou com 66 pessoas a bordo - 56 passageiros de 12 nacionalidades (entre eles 30 egípcios, 15 franceses e um português, João David Silva). Os barcos e aviões que sobrevoam o mar Mediterrâneo já encontraram restos mortais, objetos pessoais e alguns destroços do avião a 290 quilómetros da costa de Alexandria, mas ainda não foram localizadas as caixas negras do aparelho, peças fundamentais para perceber o que se passou. Como podem estar a mais de dois mil metros de profundidade, foi acionado um submarino para as procurar.
As autoridades do Cairo já admitiram que um ataque terrorista é mais provável do que uma falha técnica, uma versão entretanto desmentida por algumas fontes dos EUA consultadas pela agência Reuters. De acordo com o ministro da Defesa grego, teriam sido detetados alguns movimentos repentinos minutos depois de o avião entrar no espaço aéreo egípcio e antes de se despenhar, uma versão entretanto desmentida pelos responsáveis de um organismo do Estado do Egito. Ontem, o líder dos serviços de navegação aérea do Egito, Ehab Azmy, disse que o avião não se desviou nem perdeu altitude antes de desaparecer no mar.
Entretanto, os familiares das vítimas deslocaram-se ontem ao Cairo para fornecer amostras de ADN que ajudem a identificar os seus parentes.