Associação Venezuelana de Milho pediu ao governo para aumentar o preço para assim poder pagar a colheita a preços adequados aos produtos nacionais e para gastos adicionais
Os venezuelanos vão ter de pagar dez vezes mais pelo preço oficial do quilograma de farinha de milho e mais caro ainda que o valor pedido pela Associação Venezuelana de Milho (AVM), segundo uma listagem publicada hoje pela Superintendência de Preços Justos da Venezuela.
Segundo a tabela divulgada oficialmente, o quilo de farinha de milho pré-cozida passa de 19,00 para 190,00 bolívares por quilo (de 1,69 euros para 16,96 euros à taxa oficiam Dicom), em contraste com o ajuste para os 115,00 bolívares (10,26 euros) que a AVM pedia ao executivo.
Na Venezuela há a tradição diária de comer, ao pequeno-almoço, uma ou duas "arepas", uma massa redonda e achatada de milho, que depois de frita ou assada é usada como se fosse pão e que à hora de ir para a mesa é recheada com fiambre, queijo, peixe ou carne.
Nos primeiros dias de março de 2016, a AVM pediu ao Governo venezuelano que permitisse aumentar o preço da farinha de milho para 115,00 bolívares (10,26 euros) cada quilograma, para assim poder "pagar a colheita a preços adequados aos produtos nacionais, para gastos adicionais, peças (para a reparação de maquinaria e materiais para empacotar".
Dados não oficiais dão conta de que cada venezuelano consome 34 quilogramas de farinha de milho por ano.
Com frequência os venezuelanos queixam-se de dificuldades para conseguir a farinha de milho pré-cozido, num mercado cada vez mais marcado pela escassez de produtos básicos.
Por outro lado, os empresários queixam-se de que a produção nacional não é suficiente e dificuldades no acesso a divisas para importar aquele produto, devido ao sistema de controlo cambial que vigora desde 2003 no país e que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira.
Alguns dos produtos escassos estão acessíveis através dos 'bachaqueros' (vendedores informais ou mercado negro) onde um quilograma de farinha de milho pode chegar a custar 1.400,oo bolívares (125 euros), dependendo da demanda.