Primeiro-ministro diz que depois da Comissão Europeia "aplaudir políticas" que levaram a estes resultados, não pode castigar o país
O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quarta-feira à noite que irá a Bruxelas, na próxima semana, defender junto da Comissão Europeia que Portugal não deve ser multado se se concluir que foram ultrapassadas as metas do défice em 2015 (que foi fixado em 3,2% "tirando medidas extraordinárias").
"Vamos bater-nos contra essa decisão, se ela for tomada, porque não é justa. Todos sabemos bem o que sofremos nestes anos. Não é justo aplicarem qualquer sanção. Depois da Comissão Europeia aplaudir as políticas que levaram a estes resultados, vir agora sancionar" o país, "não é razoável", atirou António Costa. "Compete-me defender o Estado Português", argumentou, lembrando que grande parte é responsabilidade do anterior Governo.
Em entrevista à SIC, pelo jornalista José Gomes Ferreira, o primeiro-ministro recusou uma vez mais que venham aí medidas de austeridade, notando que para 2016, "pela primeira vez", a Comissão Europeu prevê um défice "abaixo dos 3%", "numa previsão cética", como definiu Costa.
Sobre os contratos de associação, o primeiro-ministro sublinhou que "o Governo vai repetir escrupulosamente os contratos", recusando que o debate seja em torno da "liberdade de ensino" ou da "escola pública ou privada". Está-se a discutir antes o financiamento de algumas escolas. Para Costa, "não faz sentido o contribuinte estar a pagar duas vezes".
Por fim, o líder socialista deixou uma garantia que está a trabalhar num Governo para o tempo de uma legislatura. "Faremos tudo para que o Governo se mantenha nos quatro anos de legislatura", disse. "O interesse do país é que haja estabilidade", sintetizou Costa.