Nove em cada 10 jovens em 2015 concordaram com a realização das iniciativas cívicas do Dia da Defesa Nacional.
A prática de atividades radicais pelos jovens que cumprem o Dia da Defesa Nacional (DDN) quase desapareceu com a morte de uma jovem, em 2011, mas o interesse dos participantes nessa iniciativa continua elevada.
A conclusão decorre das respostas dadas pelos 89 962 rapazes e raparigas no final da sua participação no DDN de 2015: nove em cada 10 gostaram ou gostaram muito da iniciativa, segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Defesa ao DN semanas após iniciar-se a sua 12º edição.
Segundo a "apreciação geral" do novo modelo de DDN, implementado em 2014 e "agora em fase de consolidação", nove em cada 10 dos participantes na edição de 2015 gostaram. Decompondo esses números, 75,7% "gostaram ou gostaram muito" e 15,6% "gostaram pouco" da iniciativa, enquanto 8,9% "não gostaram ou não gostaram nada".
Essa avaliação positiva mantém-se mesmo separando os resultados do inquérito em função do género, dos locais onde os jovens estiveram ou do nível de escolaridade - onde mesmo os que têm escolaridade superior, habitualmente menos favoráveis ao DDN, mostraram maior aceitação.
Numa escala de um a sete (ver gráfico), o saldo positivo entre os que "não gostaram nada" e os que "gostaram muito" atingiu em 2015 os 5,26 - continuando a tendência crescente desde 2011 (5,08). Por outro lado, regista-se a mesma evolução olhando para os dados desde o seu início, em 2004 (5,03).
Curiosamente, as jovens - cuja participação no DDN se tornou obrigatória a partir de 2010/11 - "formulam valores de apreciação mais elevados do que os jovens", indica o relatório do Ministério.
Recorde-se que o DDN foi suspenso em 2011, devido à morte de uma jovem no quartel do Regimento de Artilharia da Serra do Pilar por se ter partido o cabo usado na prática do slide. As fortes restrições orçamentais levaram também a reconfigurar a iniciativa, implementando um novo modelo que passou a abranger vertentes civis da Defesa Nacional e envolvendo entidades públicas com o objetivo de reforçar a consciencialização cívica dos jovens para os deveres de cidadania.
O novo modelo, que permitiu reduzir em 25% - um milhão de euros - os custos do DDN, alargou-se este ano a 30 localidades no continente e regiões autónomas, envolvendo 40 unidades militares dos três ramos das Forças Armadas.
Com cerca de um 1,1 milhões de convocados para o DDN desde o início, em 2004, a 12ª edição - iniciada em janeiro e que termina no final de novembro - abrange mais 136 116 jovens, dos quais 19 440 (14%) a residirem no estrangeiro.