A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou este domingo em Coimbra que o trabalho voluntário "é uma treta", considerando que este só pode existir "depois de haver pleno emprego" no país.
"Trabalho voluntário é uma treta. Se é trabalho, tem que ter contrato. Voluntariado é o que as pessoas podem fazer depois de terem um contrato de 35 horas semanais, quando se querem dedicar a outra atividade", defendeu Catarina Martins.
Segundo a dirigente bloquista, trabalho voluntário só pode existir "quando houver pleno emprego. Até lá, só contratos de trabalho".
Discursando para uma plateia composta por jovens do Bloco e simpatizantes, Catarina Martins centrou parte do seu discurso na precariedade que existe no mercado laboral português, apontando para as empresas de trabalho temporário.
Catarina Martins centrou parte do seu discurso na precariedade que existe no mercado laboral português
Estas empresas, refere, "têm aumentado a faturação" em Portugal todos os anos "e ainda ninguém conseguiu perceber para que servem", sendo que a necessidade de se colocar "um trabalhador temporariamente" numa firma pode ser suprida pelos centros de emprego, "que são públicos e que não ficam com uma parte do salário de ninguém".
"Abuso é só abuso e não serve para absolutamente nada e enterra o país a cada dia", criticou.
Contra a ideia de "nivelar por baixo" do anterior Governo, Catarina Martins sublinhou os passos, "pequenos" mas "importantes", para "parar o empobrecimento do país" que se têm dado.
No entanto, a dirigente salientou que "não basta dizer" que se tem um Plano de Combate à Precariedade e que se vai "ver onde está a precariedade no setor público".
"Temos abusos todos os dias. As formas mais extremas de precariedade estão-se a instalar em Portugal", sendo necessário manter uma "luta" diária em torno desta problemática, alertou a porta-voz do Bloco.
Catarina Martins encerrou o encontro "Inconformação 2016", que decorreu na Escola Secundária de Avelar Brotero, em Coimbra, entre sexta-feira e hoje.