Varela terá renunciado ao mandato por não se identificar "com a política e a gestão do Banco de Portugal"
António Varela pediu a demissão do posto de administrador do Banco de Portugal, onde era responsável pela supervisão. Em comunicado, o Banco de Portugal confirmou a saída de António Varela, mas não avançou os possíveis motivos por detrás da sua renúncia ao mandato.
O Jornal de Negócios avança que, na sua carta de demissão apresentada ao Governo, o administrador cessante disse não se identificar "o suficiente com a política e a gestão do Banco de Portugal". Não terá apontado nenhuma razão mais concreta para a sua saída da instituição.
Era administrador do Banco de Portugal desde setembro de 2014, tendo sido indicado para o cargo pela então ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Em abril de 2015, soube-se que António Varela, que já era então administrador do Banco de Portugal e era visto como possível sucessor a Carlos Costa no cargo de governador, era acionista de vários bancos incluindo o Santander, o BCP, e o Banif.
Aquando da resolução do Banif, em dezembro passado, o nome de António Varela foi bastante falado, sobretudo por, conforme refere uma ata do Conselho de Administração do Banco de Portugal, ter pedido para não participar em decisões relacionadas com o Banif por ter depósitos no banco e ainda ser investidor de títulos emitidos pelo grupo, mas também por ter passado diretamente da administração do Banif para a administração do supervisor e regulador bancário.
Administrador do Banco de Portugal tem investimentos na banca
Varela representou o Estado na administração do Banif entre 2013 e 2014, tendo sido nomeado para o lugar após a injeção estatal de 1,1 mil milhões de euros no banco. António Varela é, assim, um dos administradores do Banco de Portugal a ser mencionado no requerimento do Partido Socialista para falar na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.