Centenas de manifestantes concentraram-se, este sábado, diante da embaixada da Rússia em Kiev para exigir a libertação da piloto ucraniana Nadia Savtshenko, que está a ser julgada por homicídio na Rússia.
Alguns dos manifestantes atiraram ovos, partiram janelas e queimaram a bandeira russa. Houve quem trouxesse um manequim representando o presidente russo, Vladimir Putin, que tinha a inscrição de "assassino", constatou um jornalista da agência France Presse.
Antes, mais de um milhar de pessoas tinha estado concentrada pacificamente na praça central da capital ucraniana para exigir a libertação de Savtshenko, acusada na Rússia de ter assassinado dois jornalistas russos no leste da Ucrânia.
Detida em julho de 2014 em território russo segundo Moscovo, Savtshenko acusa os separatistas pró-russos do leste da Ucrânia de a terem capturado em território ucraniano e entregado às autoridades russas.
Na quinta-feira, a piloto de 34 anos iniciou uma greve de fome e sede após o inesperado adiamento do seu julgamento, que a impediu de fazer a última declaração antes do tribunal se retirar para deliberar.
A piloto alertou numa declaração escrita que qualquer tentativa para a alimentar será entendida como "tortura" e proibiu a autópsia em caso de morte.
Na Ucrânia, Savtshenko conquistou o estatuto de heroína nacional após a sua detenção na Rússia, onde arrisca 23 anos de prisão. Foi eleita simbolicamente deputada nas legislativas de 2014, como cabeça de lista do partido da ex-primeira ministra Iulia Timoshenko.