Candidata à liderança do CDS-PP não reconhece sequer ao atual primeiro-ministro a "autoridade moral e política para apelar a consensos"
Reforçando que o CDS-PP deverá ir sozinho a eleições legislativas, Assunção Cristas, a candidata a líder do partido que será eleita no Congresso de 12 e 13 de março, em Gondomar, diz este domingo em entrevista ao jornal Público que não será "certamente" o seguro de vida do PS de António Costa.
Mostrando-se convicta de que "o CDS pode ter as melhores ideias e os melhores protagonistas", Assunção Cristas diz que é importante que PSD e CDS-PP possam "sedimentar-se", crescendo para originar um "bloco forte" com mais deputados no Parlamento. Mas, caso CDS e PSD sejam "chamados a formar novo governo", no caso de a legislatura de António Costa não chegar ao fim., admite que esse novo Executivo necessitaria de "algum apoio de um novo PS, mas com uma nova liderança".
Assunção Cristas: "O CDS deverá ir sozinho a legislativas"
Sobre o atual primeiro-ministro, a candidata diz não lhe reconhecer sequer "autoridade moral e política para apelar a consensos". E esclarece: "obviamente que, sendo líder do CDS, eu sou candidata a primeira-ministra. Isso para mim é claro". No entanto, não revela se equaciona uma eventual candidatura a Lisboa nas eleições autárquicas. "Depois de estar na liderança do CDS obviamente que temos vários desafios eleitorais, não sabemos qual é o primeiro. Nas legislativas não temos nem dia nem hora, isso condiciona também todas as reflexões que se possam fazer em torno de candidaturas".
Como estratégia para recuperar individualmente o eleitorado do CDS, Cristas diz que o partido tem de falar para toda a gente, "dos mais jovens aos mais idosos". E considera que Paulo Portas "teve a inteligência de perceber que este era o momento de sair, aplaudido por todos, com a gratidão de todos".