A mulher que terá sido morta pelo ex-companheiro - também acusado da morte dos ex-sogros e ex-enteado - andava com "muito medo e temia pela sua vida e do pai", afirmaram testemunhas em tribunal esta quarta-feira.
Segundo essas testemunhas, uma amiga e militar da GNR, a mulher não quis contudo fazer queixa às autoridades policiais de discussões e ameaças contra si e contra familiares por "saber e temer do que ele [arguido] era capaz".
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O arguido, de 42 anos, está acusado de matar quatro pessoas a tiro - ex-mulher, ex-sogros e ex-enteado -- na Estela, Póvoa de Varzim, a 28 de abril de 2015.
De acordo com a acusação do Ministério Público, citada numa nota da Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto, o arguido armou-se "com uma pistola e com um revólver carregados, assim como com várias munições de reserva, dirigiu-se à Rua Comendador Araújo, na Estela, Póvoa de Varzim, à casa onde a sua anterior companheira vivia com os pais, e abateu-os a tiro, bem como a um filho que aquela tinha de uma anterior relação".
Na primeira audiência de julgamento, a 10 de fevereiro, no Tribunal de Matosinhos, o alegado homicida recusou prestar declarações, argumentando "já ter confessado os factos".
Uma funcionária do restaurante da ex-mulher do suspeito, e também amiga, afirmou hoje ao coletivo de juízes que ela andava "sempre assustada e com muito receio" do que o ex-marido pudesse fazer.
"Ela temia por ela e pelo pai porque, em conversas, dizia-me que ele [ex-marido] a ameaçava", frisou.