O presidente do Eurogrupo considerou, esta quinta-feira, "muito importante" que Portugal se tenha comprometido com as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, mas lembrou que o país deve estar preparado para, caso seja necessário, fazer mais" consolidação orçamental.
"Ouvi o novo Governo em Lisboa dizer que está muito comprometido com o Pacto de Estabilidade e Crescimento e muito comprometido com as regras orçamentais que temos, e esse compromisso é muito importante. Acho que é um sinal de confiança, e esperamos ouvi-lo novamente hoje da parte do ministro" Mário Centeno, disse Jeroen Dijsselbloem, à entrada para uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, na qual será discutido o plano orçamental português.
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Jeroen Dijsselbloem lembrou que "houve um processo (negocial) entre o Governo português e a Comissão, e a Comissão (Europeia) chegou a uma opinião, que é a de que aceita este orçamento mas sente que há um risco" de incumprimento das regras do pacto, algo que sublinhou ser "normal, no sentido em que o orçamento português não é o primeiro nem o único com risco de incumprimento".
O presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro apontou que "as regras básicas dizem que Portugal deve estar preparado para, caso seja necessário, fazer mais" consolidação orçamental, mas insistiu que esta "não é uma situação única", e será acompanhada ao longo do ano, assim como acontecerá com os outros países em torno dos quais foram identificados riscos.
Questionado sobre a subida dos juros da dívida portuguesa, limitou-se a observar que essa é apenas mais uma razão para o país continuar "comprometido com a política económica e monetária" europeia.
Na véspera, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou em Lisboa que preferia a versão inicial do Orçamento do que a final negociada com Bruxelas, mas frisou que, "acima de tudo", prefere ter a versão atual e continuar na zona euro.
"Se me perguntam se o resultado da negociação melhorou o Orçamento, não quero ser imodesto e digo não, porque a versão inicial preparada era melhor do que a final. Mas quem quer participar numa união, quem tem que partilhar regras comuns, tem que estar disponível para o compromisso, para ceder onde pode ceder, para não ceder onde não pode ceder e, ainda, para ganhar aquilo que tem de ganhar", disse o secretário-geral do PS numa sessão pública com militantes socialistas sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2016.