O jovem que matou à facada os avós, em Vila Nova de Santo André, por estes não lhe emprestarem o carro, foi alvo de uma nova acusação do Ministério Público, desta vez por um roubo numa loja de telemóveis, onde também ameaçou uma criança.
Lourenço Fernandes, hoje com 20 anos, regressa ao Tribunal de Setúbal por crimes de roubo, ameaça agravada e ofensa à integridade física, cometidos em 21 de novembro de 2019 - menos de meio ano antes do duplo homicídio dos avós, pelo qual já está a cumprir uma pena de 25 anos de prisão.
RELACIONADOS
Santiago do Cacém . Pena máxima para jovem que matou e mutilou tios por causa de carro
Naquele caso, o arguido roubou uma loja de telemóveis no Mercado Municipal de Santiago do Cacém, armado com uma faca. No interior do espaço, ameaçou uma criança com a arma branca, encostando-lha a uma perna. Depois, apoderou-se de dois telemóveis e fugiu.
Lourenço Fernandes, então com 17 anos, viria a matar os avós em casa a 1 de maio de 2020. Guilherme Santos, 74 anos, e Eduarda Fernandes, 83, foram esfaqueados até à morte em casa. Depois, o neto enrolou os corpos e escondeu-os. Durante a noite, na viatura das vítimas, teve um acidente em Sines. Viria a ser detido nessa madrugada.
Um ano depois, Lourenço Fernandes foi condenado à pena máxima pelo Tribunal de Setúbal. O coletivo de juízes classificou o crime como um de "barbaridade sem qualquer tipo de empatia, um calculismo e frieza assustadores". "Os traços de personalidade do arguido, mais virada para a prática do mal e não do bem, aproximam-se da psicopatia", afiançou o juiz Tiago Prudente.