A Direção-Geral da Saúde (DGS) respondeu, este sábado, às críticas da Ordem dos Médicos afirmando que esta entidade esteve representada, desde o início e até ao fim, nos trabalhos que culminaram na nova orientação sobre os partos e que validou o documento final antes da sua publicação. A Ordem referiu, sexta-feira, ter sido "excluída" pela DGS e pelo Ministério da Saúde da versão final, o que a levou a convocar uma reunião de emergência para decidir medidas a tomar.
Num esclarecimento sobre a orientação relativa aos cuidados de saúde durante o trabalho de parto, a DGS começa por explicar que surgiu por proposta da comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos, nomeada pela então ministra da Saúde Marta Temido, com a coordenação de Diogo Ayres de Campos e com o objetivo uniformizar os cuidados de saúde hospitalares durante o trabalho de parto.
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"Enquanto entidade técnico-normativa, e tal como nas orientações até agora publicadas, a DGS constituiu um grupo de trabalho com representantes de diferentes entidades, nomeadamente de ordens Profissionais, e respetivos colégios das especialidades envolvidas, bem como de sociedades científicas", recorda a DGS após as críticas da Ordem dos Médicos.
Aliás, a DGS especifica que "a Ordem dos Médicos nomeou três representantes dos colégios de anestesiologia, pediatria, e ginecologia e obstetrícia". E o colégio de ginecologia e obstetrícia nomeou ainda mais dois especialistas junto do coordenador da comissão. Por sua vez, a Ordem dos Enfermeiros nomeou dois representantes da mesa do colégio da especialidade de enfermagem de saúde materna e obstétrica.
"Todos os representantes e especialistas nomeados produziram e acompanharam o documento desde o início ao fim dos trabalhos", assegura a DGS, após ter sido acusada pela Ordem dos Médicos de não ter sido consultada para a versão final da orientação sobre os partos.
A DGS sublinha, por isso, que "o documento final foi validado em sede reunião de trabalho por todos os elementos. Só depois desta validação a orientação foi publicada no site da DGS".
"A Secretaria de Estado para a Promoção da Saúde e a Direção Executiva do SNS foram envolvidos no processo para garantir a sua operacionalização. A DGS tem envolvido e continuará a envolver representantes das ordens profissionais, sociedades científicas e outros peritos no processo de produção de normas e orientações, considerando que esta constitui uma boa prática e uma mais-valia para o rigor científico e facilitadora da sua adoção pelos profissionais de saúde", acrescenta a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da DGS