Temperaturas elevadas e ausência de chuva elevam risco de incêndio. Proteção Civil tem 40 equipas a postos.
Com o mês de abril a figurar entre os cinco mais quentes dos últimos 92 anos e a seca a alastrar-se a 89% do território, as previsões para o mês de maio não podiam ser piores: temperaturas acima da média e sem sinal de precipitação. O alerta foi nesta terça-feira deixado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), numa reunião que juntou os ministros da Administração Interna, Ambiente e Agricultura. Avançando José Luís Carneiro estarem preposicionadas 40 equipas face ao elevado risco de incêndio.
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As previsões avançadas pelo IPMA no encontro que contou, ainda, com os presidentes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas apontam para um "mês de maio mais quente do que o normal e sem chuva". Depois de meses com valores de precipitação abaixo do normal e de temperaturas acima.
Com abril a colocar-se entre os cinco mais quentes desde que há registos, com três ondas de calor e temperaturas acima dos 30.º. Em termos de risco de incêndio, abril foi "o mais severo desde 2003 e por larga margem". Acresce, explica o IPMA em comunicado, que a área ardida acumulada em 2023 "está acima da média dos últimos 16 anos, tanto em Portugal como na Áustria, Irlanda ou Espanha".
Fatores que, conjugados, elevam o risco de incêndio, tendo o ministro da Administração Interna revelado que a "ANEPC determinou a constituição de 40 equipas; mais de 200 elementos que estão preposicionados no território para se mobilizarem". Reforçando, citado pela Lusa, a importância e urgência da limpeza de terrenos.
Olhando à seca meteorológica, espalhou-se já a 89% do território, sendo que 34% referem-se às classes mais graves (severa e extrema), afetando o Alentejo e o Algarve. Por outro lado, "a percentagem de água no solo é quase nula em várias zonas de Trás-os-Montes e Alto Douro, no centro e sul do Continente".
"A probabilidade de precipitação daqui até ao verão é baixa e, portanto, vamos ter tensão em muitas áreas, no ambiente, no abastecimento, nas barragens, nos fogos", disse, citado pela Lusa, o presidente do IPMA. Tendo o ministro do Ambiente reafirmado que poderão ser "tomadas medidas do ponto de vista de contingência" dada a falta de capacidade de abastecimento nalgumas zonas do país.