O presidente do PSD defendeu este domingo que "o rei vai nu" e que o "pior dos três" governos de António Costa não tem emenda, tendo um dos "pecados capitais" sido o episódio do aeroporto com Pedro Nuno Santos.
Luís Montenegro discursou esta noite no jantar do 1.º Maio dos TSD - Trabalhadores Social Democratas, em Algés, Oeiras, recuperando uma ideia que tinha defendido horas antes numa visita à Ovibeja de que "este Governo falhou, este Governo não tem emenda, este Governo acabou".
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"Hoje é um tempo e é um dia onde temos de dizer com toda a clareza que o rei vai nu em Portugal", defendeu.
Apesar deste Governo de António Costa já não ter "mesmo emenda", para Luís Montenegro houve "um problema" que o presidente do PS, Carlos César, ignorou na entrevista que deu ao Público.
Na entrevista, Carlos César defendeu que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de "algum refrescamento" no Governo, considerando ser preciso "maior rigor e disciplina" para evitar casos como os que têm envolvido a TAP.
"Este Governo tem um coordenador - eu ia dizer um líder, mas líder não tem infelizmente - tem um coordenador ou um responsável e não é a caminho de completar oito anos que esse coordenador e responsável vai fazer diferente do que fez nos últimos sete, oito anos", afirmou.
A questão que se coloca, para o líder do PSD, é "como é que vai mudar tudo no Governo, o tal refrescamento" com "o mesmo coordenador e responsável que a caminho de oito anos nunca foi capaz de o fazer e que com o tempo até piorou".
"Este Governo, que é o terceiro do dr. António Costa, é o pior dos três", condenou, referindo que o primeiro-ministro "escolheu exatamente toda a gente que queria, levou todo o partido para o Governo, inundou o Governo da máquina socialista".
Para Luís Montenegro, "a conceção de que este país é do PS está na cabeça do coordenador do Governo e transmite-se a todos aqueles que mexem num bocadinho de poder".
"É por isso que nos gabinetes se fazem as tonterias que temos visto porque o exemplo vem de cima quando um primeiro-ministro é desautorizado por um ministro e um e outro dizem que foi um erro de comunicação", disse.
Na análise do presidente do PSD, o episódio com o antigo ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos sobre a solução do aeroporto de Lisboa mostrou que António Costa "não teve autoridade e passou uma mensagem a todo o Governo".
"Há dois pecados capitais. A constituição do próprio Governo e o segundo é este. Este momento marcou um caminho de definhamento, de diminuição de autoridade política do primeiro-ministro e ele já não vai a tempo de recuperar", defendeu.
Costa "pode tentar" porque "tem legitimidade para isso", mas na análise de Montenegro "já não vai conseguir".
"Eu queria muito, a bem do país, que o governo e o primeiro-ministro se conseguissem regenerar como pede o presidente do PS, mas eu acho que isso foi mais um desejo, foi mais um grito interno dentro do PS do que propriamente uma ação que vá ter uma grande consequência num futuro próximo em Portugal", disse.