A Procuradoria russa pediu uma pena de 25 anos para o jornalista e político da oposição Vladimir Kara-Murza, acusado de alta traição por divulgar informação alegadamente falsa sobre as Forças Armadas russas e liderar uma organização considerada indesejável.
"O procurador pediu a condenação de Kara-Murza a 25 anos num regime penal estrito por três delitos de que é acusado", noticiou a agência TASS, citando a advogada do acusado, Maria Eismont, que defendeu que o seu cliente está inocente e pediu a sua absolvição.
No princípio de outubro, as autoridades russas acusaram Kara-Murza de ter colaborado "com um país da Aliança Atlântica", delito punido com penas de prisão até 20 anos.
Kara-Murza foi detido em abril de 2022 por desobediência, mas desde então acumulam-se outras acusações, como a divulgação de informação falsa sobre as ações das Forças Armadas russas.
O jornalista é há anos crítico declarado do Kremlin e era amigo de Boris Nemtsov, assassinado em Moscovo. Kara-Murza sobreviveu a dois envenenamentos em 2015 e 2017.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos emitiu uma sentença contra a Rússia por ter anulado a candidatura de Kara-Murza em eleições regionais. A Rússia saiu do Conselho da Europa por críticas à invasão da Ucrânia.