A primeira mulher a liderar a Guarda Civil espanhola, um corpo policial militarizado, demitiu-se do cargo por o marido ter sido envolvido num caso judicial, disse, esta quarta-feira, a própria, María Gámez.
Numa declaração em Madrid, María Gámez explicou que pediu a demissão depois de saber que o marido "foi notificado no âmbito de um procedimento judicial" e para proteger a família e a própria Guarda Civil.
Gámez disse demitir-se por "princípios, honestidade e responsabilidade" e sem questionar o direito à presunção de inocência, incluindo a do próprio marido.
Segundo os meios de comunicação social espanhóis, o marido de María Gámez, o empresário Juan Carlos Martínez, está envolvido num caso de alegada corrupção na atribuição de ajudas públicas, pelo governo regional da Andaluzia, a uma empresa da região.
Trata-se de um caso que saiu de um outro processo já julgado e que condenou a penas de prisão dois antigos presidentes do governo regional andaluz do Partido Socialista espanhol (PSOE).
O Governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, nomeou já outra mulher para diretora-geral da Guarda Civil, Mercedes González, de 48 anos, que era desde março de 2021 a delegada do executivo na região autónoma de Madrid (um cargo similar, em Portugal, ao de representante da República nos Açores e Madeira ou dos antigos governadores civis).
Mercedes González tem no currículo um percurso político ligado ao PSOE em Madrid, tendo já sido vereadora na autarquia da cidade.
O seu nome figurou, até há alguns meses, na lista de possíveis candidatas do PSOE a presidente da câmara de Madrid nas próximas eleições municipais, previstas para 28 de maio, mas o partido acabou por avançar com Reyes Maroto, atual ministra do Turismo.