Mais de metade dos condutores portugueses (67%) percorre mensalmente menos de mil quilómetros, continua a circular em viaturas com motores a combustão (gasolina e gasóleo) e antigas. Os elétricos representam 2,2% dos veículos em circulação, percorrem, em média, 1160,8 quilómetros mensais e só não assumem maior peso pelo seu preço e autonomia. As conclusões são do estudo "Mobilidade elétrica em Portugal", promovido pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), que dá igualmente conta das dificuldades de carregamento no Interior do país, em especial no Alentejo.
Apresentado, esta quarta-feira, em Lisboa, o estudo revela dados interessantes sobre os hábitos dos condutores portugueses, em especial os utilizadores de veículos elétricos (VE), que percorrem, em média, 1160,8 quilómetros mensais (59% diz fazer mais de 400 quilómetros por mês).
Os VE são usados por 30% dos automobilistas para viagens apenas dentro da cidade, 28% limita as suas deslocações a viagens até aos 30 quilómetros, 25% percorre entre 30 a 60 quilómetros, 9% entre 60 e 90 e 8% faz mais de 90 quilómetros.
A maioria dos proprietários de carros elétricos (que ainda só representam 2,2% dos veículos em circulação), efetuam até três carregamentos por semana (65%), sendo que 8% o faz entre sete e mais vezes.
Bateria carregada por 7 euros
Em termos de custos, 54% dos utilizadores de VE diz gastar menos sete euros para carregar completamente a bateria, em casa. A despesa mensal é de 50 euros para 58% dos utilizadores e apenas 2% dos entrevistados afirmou gastar mais de 100 euros.
Carrega-se mais vezes em casa e, quando se trata de usar um Posto de Carregamento Normal (PCN), o preço mais baixo é o principal critério de escolha (75%), seguido da localização e carregadores mais rápidos.
As principais queixas apontadas são a dificuldade para encontrar um PCN livre e a funcionar (apontada por 41% dos inquiridos), a falta de informação sobre os preços e o controle de despesas e consumos.
No que diz respeito à dispersão geográfica dos postos de carregamento, é nas pequenas cidades e vilas (54,6% das respostas) e nas áreas rurais (49%) que a dor de cabeça é maior. Por região, os proprietários de VE queixam-se do Alentejo (24,6%), do Norte (18,3%) e 16,1% do Centro.
Por outro lado, o Grande Porto é das zonas com menos queixas (6,5%), numa lista encabeçada, negativamente, pela Grande Lisboa (13,5%), seguida da Margem Sul (9,3% e pelo Algarve (8,9%).
Parque envelhecido
Em Portugal, de acordo com o estudo, existem em média dois carros por agregado familiar e quase metade do parque automóvel é composto por viaturas até 13 anos, que circulam pouco (menos de mil quilómetros mensais).
As preocupações com o Ambiente levam a que mais de metade dos entrevistados optasse por uma fonte de energia mais limpa não fora o preço e a autonomia dos VE. Um teto máximo de 30 mil euros e uma autonomia superior aos 400 quilómetros poderiam desbloquear algumas intenções de compra.
O estudo foi elaborado com base em 1550 entrevistas telefónicas, com um erro de amostra de 2,54%, sendo representativa da população portuguesa por género, idade e por região. Os proprietários de VE foram, ainda, entrevistados online.