O deputado do PS/Açores Vasco Cordeiro considera que o rasgar do acordo de incidência parlamentar por parte da IL passou "uma certidão de óbito" ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), que já estava "politicamente morto".
"A IL deu por findo o acordo de incidência parlamentar. À luz dos últimos acontecimentos, este governo já estava politicamente morto. O que o deputado da IL fez foi passar a certidão de óbito a este governo", afirmou Vasco Cordeiro, que liderou o executivo açoriano até 2020.
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Para Vasco Cordeiro, o atual Governo Regional "é, foi e continuará a ser a fonte da instabilidade política na região".
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"Este governo foi, é, e a julgar pelo que se conhece de algumas soluções organizativas do último Conselho de Governo, com a criação de estruturas de missão para vigiar a nova secretária regional da Saúde, continuará a ser a fonte de instabilidade política na região", disse.
"Recomendo ao Governo que pondere se a sua fragilidade é a melhor forma de servir os Açores e os açorianos", acrescentou.
Na sexta-feira, a anterior presidente do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), Cristina Fraga, foi nomeada para a Estrutura de Missão para o Acompanhamento do Financiamento da Saúde (EMAFIS).
No dia seguinte, Clélio Meneses, que integrou as listas do PSD nas legislativas de 2020, demitiu-se, invocando "razões exclusivamente políticas, assentes em divergências insanáveis e inultrapassáveis, evidenciadas em sucessivas ingerências no exercício do cargo [...], dificultando, quando não impedindo, o cumprimento da complexa missão de gerir o setor".
Na terça-feira, em entrevista à RTP, questionado diretamente sobre se a nomeação de Cristina Fraga para a EMAFIS esteve na origem da demissão de Clélio Meneses, o presidente do Governo Regional, o social-democrata José Manuel Bolieiro, disse que "não".
O deputado da Iniciativa Liberal (IL) no parlamento dos Açores rompeu esta quarta-feira o acordo de incidência parlamentar feito com os sociais-democratas para apoio ao Governo Regional de coligação, que junta PSD, CDS-PP e o PPM.
Posteriormente, também o deputado independente no parlamento dos Açores (ex-Chega) anunciou que rompia o acordo de incidência parlamentar feito com o governo açoriano.
Os três partidos que formam o governo (PSD/CDS-PP/PPM), que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação após as eleições de outubro de 2020.
A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (eleito pelo Chega) e o PSD um acordo com a IL.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega)