O Reino Unido admitiu, neste sábado, que a Rússia poderá ter esgotado o seu arsenal de drones suicidas iranianos, notando que não há relatos da utilização destas aeronaves não tripuladas na Ucrânia desde 15 de fevereiro.
Na avaliação diária sobre o curso da guerra contra a Ucrânia, o Ministério da Defesa britânico disse que as forças armadas ucranianas comunicaram ter abatido pelo menos 24 Shahed-136 iranianos entre o final de janeiro e início de fevereiro.
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"E muitos foram destruídos nos primeiros dias do ano", disseram os analistas de defesa britânicos.
A Rússia usou mísseis e drones, incluindo os fornecidos pelo Irão, para uma campanha recente de destruição sistemática das infraestruturas de energia da Ucrânia.
O Irão reconheceu, em novembro, ter fornecido 'drones' à Rússia, mas disse que foi apenas "um pequeno número" antes do início da guerra.
O ministério britânico considerou que, embora os 'drones' iranianos "não tenham um bom registo na destruição dos alvos pretendidos", Moscovo pretende continuar a utilizá-los para desviar as defesas antiaéreas ucranianas dos "mísseis de cruzeiro mais eficazes".
"A Rússia irá provavelmente procurar um reabastecimento", admitiram os analistas de defesa do Reino Unido.
Diversos dirigentes ocidentais, incluindo o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, têm manifestado nos últimos dias o receio de que a China possa fornecer armamento à Rússia.
"Vemos alguns sinais de que eles podem estar a planear isso", disse Stoltenberg na quinta-feira, em Varsóvia.
"Os aliados da NATO, os Estados Unidos, têm alertado contra isso, porque é algo que não deveria acontecer", afirmou.
A revista alemã Der Spiegel noticiou mesmo, na sexta-feira, que a empresa chinesa Xian Bingo Intelligent Aviation Technology estava a negociar a venda de até 100 'drones' a Moscovo para apoiar o esforço de guerra em território ucraniano.
A venda de armamento à Rússia é uma "linha vermelha" para os aliados de Kiev, marcada em traços largos nos últimos dias.
"A China não deve apoiar a guerra ilegal da Rússia", disse Stoltenberg em Varsóvia, ecoando a posição dos aliados da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
A invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, desencadeou uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Os aliados ocidentais da Ucrânia assinalaram o primeiro aniversário da guerra com o anúncio de mais apoio militar a Kiev e novas sanções contra a Rússia.