O presidente brasileiro, Lula da Silva, sobrevoou, esta segunda-feira, as zonas mais atingidas pelas fortes chuvas que causaram pelo menos 36 mortos e 40 desaparecidos no estado de São Paulo e enalteceu o trabalho conjunto de responsáveis "mesmo em partidos diferentes".
Mais de 500 pessoas, incluindo polícias, bombeiros e membros das Forças Armadas, estão a participar hoje no resgate e identificação das vítimas.
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O município mais afetado é São Sebastião, na costa do estado de São Paulo, onde foram registadas 35 das 36 mortes, de acordo com o último balanço oficial.
A forte tempestade forçou 1717 pessoas a abandonar as suas casas devido a inundações e deslizamentos de terra que soterraram e danificaram casas na região.
Esta catástrofe ocorreu no meio das festividades do Carnaval, durante as quais as cidades costeiras de São Paulo recebem um grande número de turistas.
"Queria mostrar para vocês uma cena que há muito tempo vocês não viam no Brasil: um governador, um presidente e um prefeito sentados numa mesa ou na frente do microfone, em função de uma coisa comum e que atinge a todos nós", afirmou Lula da Silva, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido de Jair Bolsonaro, e do presidente de câmara de São Sebastião, que pertence ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
"A presença do governador Tarcísio, do companheiro Felipe, prefeito, e do governo federal é uma demonstração de que é possível a gente exercer a nossa função na democracia mesmo quando a gente pertence a partido diferente ou pensa diferente ideologicamente", frisou Lula da Silva.
Tarcísio de Freitas, que foi ministro das Infraestruturas do Governo de Jair Bolsonaro, agradeceu o "amparo e conforto" e disse que é o momento de trabalhar em "regime de cooperação".
Durante a conferência de imprensa, citado pela Agência Brasil, o presidente brasileiro pediu ainda ao autarca de São Sebastião que faça o levantamento das localidades e casas destruídas e garantiu que o Estado brasileiro ajudará na reconstrução.
"Vocês vão voltar a ter um ninho, para cuidar da família de vocês", garantiu, recordando que após calamidades semelhantes há uma dúzia de anos continuam com habitações por construir.
O Governo já decretou o estado de calamidade na região.
Segundo a Defesa Civil de São Paulo, algumas cidades do litoral norte de São Paulo registaram, nas últimas 24 horas, o volume de chuva esperado para todo o mês de fevereiro. Só em São Sebastião, o volume nas últimas 24 horas foi o dobro da média esperada para todo o mês.