A coligação de países que apoia militarmente a Ucrânia descartou para já o envio de aviões de combate, a principal exigência de Kiev, mas reafirmou o apoio no combate contra as forças invasoras russas.
Reunido hoje na sede da NATO em Bruxelas, o chamado grupo de Ramstein, que junta mais de 50 países, discutiu o envio de carros de combate a que já se comprometeram onze nações, incluindo Portugal, e de novos sistemas de defesa anti-aérea, mas nada avançou sobre número de veículos ou datas de entrega.
O secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin, destacou Alemanha, Canadá, Dinamarca, Espanha, Noruega, Países Baixos, Polónia e Portugal como os que já decidiram enviar tanques Leopard de fabrico alemão.
Esse envio procura aproveitar uma "dinâmica de Kiev no conflito militar" e ajudar o exército ucraniano a suster a atual ofensiva russa na localidade de Bakhmut, na região do Donbass, e conseguir lançar o seu próprio ataque na primavera.
O chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos da América, país que lidera o grupo de Ramstein, afirmou que a frente de guerra se mantém estável e que a Rússia está a praticar uma "guerra de desgaste".
Moscovo mobiliza tropas mal treinadas e mal equipadas, apontou Mark Milley, numa estratégia em que "não há manobras sofisticadas, mas há muita artilharia e muitas baixas".
Da reunião também não saíram conclusões sobre o pedido de aviões de combate que Kiev tem repetido nas últimas semanas.
"Continuaremos a trabalhar para abordar as necessidades mais urgentes da Ucrânia", referiu Austin, frisando que essa já é "uma tarefa monumental" em que é preciso coordenar aliados, armamento e componentes.
Austin reconheceu que Moscovo tem uma força aérea de "quantidade substancial e grande capacidade", mas salientou que ainda não foi empregue em larga escala nem os serviços de inteligência antecipam que venha a ser no curto prazo.