O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu, esta quarta-feira, ao Ministério da Defesa que impeça os bombardeamentos nas regiões russas junto à fronteira com a Ucrânia, em particular Belgorod, Kursk e Briansk.
"A tarefa prioritária consiste em eliminar a possibilidade de bombardeamentos, mas esse assunto compete ao departamento militar", sublinhou o chefe do Kremlin no decurso de uma reunião sobre o apoio às populações das regiões fronteiriças.
Putin referiu-se especificamente ao apoio para os residentes da anexada península da Crimeia e das regiões de Belgorod, Kursk e Briansk, cujas "casas e apartamentos foram danificados ou destruídos devido aos bombardeamentos por parte de formações neonazis", numa referência a unidades militares ucranianas.
"Muitas pessoas encontram-se em situação difícil: perderam os seus pertences, foram forçadas a transferir-se para casa de familiares ou para residências temporárias, enfrentaram interrupções no fornecimento de água, aquecimento e eletricidade", disse.
Putin também admitiu que os problemas que enfrentam estas populações "são muito graves" e sustentou "ser necessário reparar ou compensar a perda de casas, apartamentos, outras propriedades, devolver a energia, calor e instalações de abastecimento de água e a operatividade normal".
"A solução para estes problemas não deve ser afetada por procedimentos burocráticos. É necessário atuar com rapidez e eficácia", frisou.
O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, o seu homólogo de Kursk, Roman Starovoit, e de Briansk, Alexandr Bogomaz, têm denunciado ao longo do último ano múltiplos ataques atribuídos às forças ucranianas.
No decurso da reunião por videoconferência com Putin, o governador de Briansk disse que 235 habitações foram danificadas desde o início da campanha militar russa na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, enquanto em Kursk terão sido atingidos 26 edifícios de apartamentos e 379 casas, de acordo com o responsável por esta região russa.
Na Crimeia também foram registados bombardeamentos, como em agosto passado contra bases militares atribuídos à Ucrânia, e em outubro na explosão na ponte de Kerch, que ainda não foi reivindicado.
Putin também se referiu às restantes quatro regiões ucranianas anexadas em setembro passado após referendos não reconhecidos internacionalmente: Zaporijia, Kherson, Lugansk e Donetsk, onde o Governo russo iniciou a reconstrução de habitações, instalações sociais, estradas e redes de comunicação "nos locais onde terminaram as hostilidades", segundo indicou.