Morreu Manuel Palito, o homicida que esteve em fuga à polícia durante semanas e que estava preso por quatro homicidios. O homicida morreu no IPO do Porto, aos 66 anos, vítima de leucemia.
Em 2014, Manuel Baltazar, mais conhecido por Manuel “Palito”, resistiu 34 dias a monte, após o duplo homicídio da sogra e de uma tia da ex-mulher, a 17 de abril desse ano. Foi um amigo que colaborou com os investigadores da Polícia Judiciária de Vila Real, aos quais indicava os passos dados pelo homem de 59 anos, na altura.
“Palito”, na altura com 60 anos, acabou por ser detido no dia 21 de maio de 2014, quando chegava a casa, em Trevões, S. João da Pesqueira. Estava armado, mas não ofereceu resistência.
Capturar Manuel “Palito” foi, à data da ocorrência, uma tarefa complicada. Largas dezenas de militares da GNR, de carro, a pé, a cavalo e com cães, fortemente armados, invadiram aldeias, montes e vales na tentativa de encontrar Manuel Baltazar. Foram, ainda, utilizados meios aéreos, mais especificamente drones, que sobrevoaram os locais onde se julgava que “Palito” estaria. Foi tudo em vão. O homem só foi capturado mais de um mês depois da fuga.
O último estabelecimento prisional onde esteve detido foi o de Izeda, em Bragança, tendo sindo transferido para o IPO há sensivelmente um mês. O homicida condenado tinha vigilância permanente da guarda prisional à porta do quarto.
Recorde o crime
Em abril de 2014 quatro mulheres foram violentamente atacadas quando preparavam bolos para a Páscoa, em São João da Pesqueira. Foram atingidas pelos tiros de Manuel Baltazar.
Apenas duas escaparam com vida: Sónia Baltazar e Maria Angelina Baltazar, filha e ex-mulher do homicida, respetivamente. As duas receberam perto de 70 mil euros de indemnização da Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes, liderada por Carlos Anjos.
Manuel Baltazar tinha já uma pena de quatro anos de cadeia para cumprir, por violência doméstica. A pena estava suspensa. ‘Palito’ tinha, no entanto, uma pulseira eletrónica, de forma a impedir que se aproximasse da ex-mulher, Angelina, que viveu momentos de terror nas suas mãos. O homem violara a condição exigida pela Justiça por duas vezes, dias antes do violento crime que abalou o País.
No dia do homicídio, 17 de abril, esteve a menos de 400 metros da vítima, duas horas antes de disparar contra as quatro mulheres, tirando a vida à sogra e a uma tia da ex-mulher, Lina Silva e Elisa Barros. Dirigiu-se depois a casa, onde terá cortado a pulseira eletrónica, e pôs-se em fuga. Manuel ‘Palito’ esteve fugido às autoridades durante 34 dias e foi detido junto à sua casa, em Trevões, sem oferecer qualquer resistência.