As autoridades antiterroristas de França detiveram mais cinco pessoas, com idades compreendidas entre os 24 e os 37 anos, na sequência da investigação ao ataque, esta sexta-feira, em frente às antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo, segundo fonte judicial.
Os cinco suspeitos, segundo fonte judicial citada pela agência France-Presse (AFP), foram detidos nos subúrbios de Paris, capital de França, por elementos da polícia de investigação a atividades terroristas, durante uma busca a uma das alegadas casas do principal suspeito do ataque, que já tinha sido detido.
Ao todo são agora sete os suspeitos de orquestrar o ataque, em que ficaram gravemente feridos dois jornalistas da produtora de documentários PLTV, perpetrado na rua Nicolas Appert, junto ao edifício que albergou a redação do Charlie Hebdo.
Os dois jornalistas feridos não correm perigo de vida, segundo o primeiro-ministro, Jean Castex, que se deslocou ao local.
Em janeiro de 2015, dois extremistas islâmicos mataram 12 pessoas num ataque ao Charlie Hebdo, que mudou depois de instalações para um local não revelado.
O suposto autor do ataque desta sexta-feira, que ocorreu cerca das 11.45 horas locais (10.45 horas em Lisboa), foi detido pouco tempo depois na Praça da Bastilha, a pouca distância, e cerca de uma hora depois, um segundo suspeito foi detido no metro.
A imprensa francesa noticiou que o principal suspeito é de origem paquistanesa e tem 18 anos, sendo conhecido das autoridades por pequenos delitos e posse ilegal de arma, e o segundo suspeito é de origem argelina e tem 33 anos.
A Procuradoria antiterrorismo de França assumiu a investigação ao ataque, abrindo um inquérito por "tentativa de homicídio relacionado com ato terrorista e organização terrorista criminosa".
A decisão, explicou o procurador, baseou-se em três fatores: a localização do ataque, junto à antiga redação do jornal satírico, o momento, visto estar a decorrer em Paris o julgamento de cúmplices do ataque ao Charlie Hebdo, e a "vontade manifesta do autor de atentar contra a vida de duas pessoas".
Em breves declarações à imprensa quando visitou o local, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, afirmou a "firme determinação" do Governo de "lutar por todos os meios contra o terrorismo e "o seu compromisso inabalável" com a liberdade de imprensa.
Durante algumas horas após o ataque, a rua esteve bloqueada por dezenas de agentes policiais armados e a população foi instada a "evitar a zona".
As escolas da zona foram encerradas por precaução, e milhares de alunos foram confinados, medida que foi levantada ao princípio da tarde.