Autarca do Porto afirma que "não se trata de uma eleição", mas da "nomeação" de António Cunha, fruto da "negociação" entre partidos.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assumiu que não vai votar nas eleições para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), marcadas para o dia 13 de outubro e nas quais o único candidato à presidência é António Cunha, antigo reitor da Unidade do Minho.
"Não irei votar. É uma decisão pessoal", assumiu o autarca, esta sexta-feira à tarde, à margem de uma visita a uma farmácia para anunciar um acordo entre o Município e a Associação Nacional de Farmácias [ler mais noticiário na página 26].
Rui Moreira afirmou que não está em causa o nome de António Cunha, mas o processo. Num tom crítico, disse que "não se tratam de eleições" e adiantou que até se "poderá chamar nomeação" à candidatura, pois resulta de uma combinação entre partidos. "O nome foi negociado pelos principais partidos e só existe um candidato", reforçou, para justificar o afastamento do ato eleitoral.
Elogio a Freire de Sousa
"Não me vou abster. Não vou votar. Se queriam fazer eleições, faziam de outra forma", insistiu, acrescentando que esta altura, dada a pandemia e as consequências a vários níveis, requeria outro tipo de procedimento antes de "mexer" na CCDR-N. A propósito, elogiou o trabalho de Freire de Sousa, que ainda ocupa o cargo.
Na argumentação explanada para não votar também afirmou que só tem "mais um ano de mandato à frente da câmara" e que "o mandato para a CCDR-N é de cinco anos".