Polícia seguiu progenitor até casa na Hungria após intercetar mensagem.
A interceção de uma mensagem escrita (SMS) do telemóvel do pai de Rui Pinto permitiu à PJ descobrir a morada do hacker, na Hungria, e montar uma operação para o deter, a 16 de janeiro de 2019.
Tratava-se de uma confirmação bancária para o pagamento de bilhetes de avião para a Hungria, onde as autoridades suspeitavam que Rui Pinto vivia. A PJ montou uma operação para seguir os movimentos do progenitor do gaiense desde o aeroporto até à morada deste, então desconhecida.
A revelação foi feita pelo inspetor José Amador, que classificou a viagem do pai de Rui Pinto como uma "oportunidade a aproveitar". A PJ, recorde-se, tentava, sem sucesso, descobrir o paradeiro do hacker desde o fim de 2015 - ou seja, há mais de três anos. Os telemóveis do pai, irmã e madrasta estavam a ser vigiados, mas os contactos com o agora arguido rareavam e nunca permitiram à PJ descobrir a morada.
Não ofereceu resistência
A viagem ocorreu a 13 ou 14 de janeiro, segundo relatou José Amador. O inspetor obteve permissão da PJ e Ministério Público para montar uma operação que esperasse a chegada do pai e da madrasta de Rui Pinto - que também viajou - a Budapeste, capital da Hungria.
O dispositivo, que ficou a cargo da polícia local, seguiu o casal até à morada de Rui Pinto, descrita por Amador como "um edifício de dimensões consideráveis" e "alguma idade". A ordem da PJ era apreender qualquer dispositivo eletrónico.
Segundo José Amador - que não participou na detenção -, Rui Pinto não ofereceu resistência, exceto quando lhe foi confiscado um documento com orientações para a divulgação de informações. Antes de investigar a residência do hacker, a polícia fez buscas numa outra. Amador disse que isso ocorreu para se averiguar por que razão o IP de um dos computadores de Rui Pinto ia dar àquela casa.