O alerta relativo à pandemia covid-19 no Reino Unido deve subir para o segundo nível mais alto, aconselharam esta segunda-feira diretores gerais de saúde de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Num comunicado conjunto, recomendaram que o alerta passe do nível 3 (epidemia de covid-19 em circulação geral) para o nível 4 (epidemia de covid-19 em circulação geral, transmissão alta ou a aumentar exponencialmente). O nível tinha sido reduzido a 19 de junho.
"Após um período de redução de casos e mortes de covid, o número de casos está agora a aumentar rapidamente e provavelmente exponencialmente em partes significativas de todas as quatro nações", justificaram, a propósito do risco de aumento de mortes e sobrecarga no sistema de saúde público.
Os quatro diretores gerais de saúde representam o Centro de Biossegurança Comum, que foi criado pelo Governo britânico para recolher informação e ajudar o governo a tomar decisões.
O ministro da Saúde, Matt Hancock, disse que o anúncio "reflete a mudança significativa na ameaça atual representada pelo coronavírus" e que o país enfrenta um "ponto crítico".
O primeiro-ministro, Boris Johnson, deverá anunciar novas medidas na terça-feira, numa declaração oficial sobre a pandemia covid-19 no parlamento, após uma reunião do conselho de emergência.
A reunião da Comissão para as Contingências Civis, conhecida por COBRA e responsável por determinar medidas para situações de emergência nacional, é a primeira desde 10 de maio e terá a participação dos chefes dos governos autónomos da Escócia, Nicola Sturgeon, do País de Gales, Mark Drakeford, e da Irlanda do Norte, Arlene Foster, esta acompanhada pela número dois, Michelle O'Neill.
O Reino Unido registou 4368 novas infeções e 11 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o ministério da Saúde britânico, que admitiu uma aceleração da pandemia covid-19.
No domingo tinham sido contabilizadas 3899 novas infeções e 18 mortes, mas no sábado foram identificados 4422 novos casos, o número mais alto desde maio.
O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, admitiu esta segunda-feira no parlamento não existir "dúvida de que este vírus está a acelerar".
Numa conferência de imprensa esta manhã, o principal assessor científico do governo, Patrick Vallance, disse que, se este ritmo continuar, em meados de outubro o Reino Unido poderá registar 50 mil casos diários.
"Cinquenta mil casos por dia levaria a, um mês mais tarde, em meados de novembro, a 200 mortes ou mais por dia", avisou Vallance, alertando para a "rapidez com que isto pode evoluir se a duplicação continuar".
Vallance e o diretor geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, defenderam a necessidade de medidas para abrandar esta tendência.