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Autor Tópico: Benfica  (Lida 71906 vezes)

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Offline cereal killa

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Re: Benfica
« Responder #60 em: 24 de Julho de 2013, 18:25 »
O Marítimo-Benfica, da primeira jornada da Liga 2013/14, será realizado no dia 18 de Agosto, às 17h45, no Estádio dos Barreiros.Este é o primeiro encontro confirmado da primeira jornada em relação ao dia e as horas.
 
 Benfica oficializa contratação do argentino Luis FariñaBenfica oficializa contratação do argentino Luis Fariña          O médio argentino Luis Fariña é reforço do Benfica para as próximas cinco temporadas, informou hoje o clube da I Liga de futebol na sua página oficial na internet.  Para ingressar no Benfica, Luis Fariña, de 22 anos, deixa o Racing Avellaneda, no qual fez toda a sua carreira, chegando à equipa principal em 2009/10.
Fariña é mais um reforço para a equipa de Jorge Jesus, juntando-se aos portugueses Sílvio (ex-Atlético de Madrid) e Steven Vitória (ex-Estoril-Praia), aos sérvios Stefan Mitrovic (ex-Kortrijk), Uros Matic (ex-Kosice), Djuricic (ex-Heerenveen), Sulejmani (ex-Ajax), Lazar Markovic (ex-Partizan) e Filip Markovic (ex-Teleoptik), ao argentino Lisandro Lopez (ex-Arsenal Sarandi) e ao brasileiro Bruno Cortez (ex-São Paulo).

Offline cereal killa

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Re: Benfica
« Responder #61 em: 14 de Agosto de 2013, 18:13 »
Benfica estabelece acordo de cooperação alargado com emblema sérvio VojvodinaBenfica estabelece acordo de cooperação alargado com emblema sérvio Vojvodina         O emblema sérvio Vojvodina anunciou a assinatura de um acordo de cooperação desportiva, educativa e ao nível do marketing com o Benfica. A informação foi divulgada pelo emblema sérvio, através do seu site oficial, revelando que o acordo de cooperação será válido por três anos.

Offline cereal killa

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Re: Benfica
« Responder #62 em: 17 de Agosto de 2013, 18:36 »
Benfica: Markovic e Salvio juntam-se a Cardozo nas ausências para a MadeiraBenfica: Markovic e Salvio juntam-se a Cardozo nas ausências para a Madeira         
 
 
Com Cardozo certo fora das opções de Jesus, também o sérvio Markovic e o argentino Salvio não poderão dar o seu contributo ao Benfica na deslocação, este domingo, à Madeira, onde os encarnados cumprem, frente ao Marítimo, o jogo de estreia na I Liga época 2013/2014. Jogador em destaque na pré-época, Markovic está lesionado, razão pela qual ficou em Lisboa, o mesmo acontecendo com Salvio.
Convocados:
Guarda-redes: Artur, Paulo Lopes e Miguel Santos;
Defesas: Cortez, Melgarejo, Garay, Sílvio, Jardel, André Almeida, Luisão e Maxi Pereira;
Médios: Ruben Amorim, Enzo Pérez, Sulejmani, Matic, Djuricic, Ola John, Gaitán, André Gomes;
Avançados: Rodrigo e Lima.

Offline cereal killa

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Re: Benfica
« Responder #63 em: 19 de Agosto de 2013, 21:52 »
Benfica anuncia contratação de Funes Mori por cinco temporadas  O Benfica confirmou hoje a contratação do futebolista Funes Mori, avançado argentino que atuava no River Plate e que assinou um contrato com os «encarnados» para as próximas cinco temporadas.O jogador de 22 anos torna-se o 11.º reforço do clube da Luz para esta temporada, não tendo sido revelados os valores do negócio.
«Quero triunfar e vou dar o meu melhor. Espero fazer o mesmo ou melhor que por exemplo Saviola e Aimar, que também já representaram o Benfica, e ganhar títulos», afirmou Funes Mori à Benfica TV.

Offline henrike

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Re: Benfica
« Responder #64 em: 17 de Outubro de 2013, 18:40 »
Eusébio (biografia) A pantera que calou o «rei»

Nome: Eusébio da Silva Ferreira

Data de nascimento: 25 de Janeiro de 1942

Posição: Avançado

Internacionalizações: 64 (16 como capitão). Estreia em Outubro de 1961, no Luxemburgo (2-4), último jogo em 1973, em Sófia, com a Bulgária (2-2). Marcou 41 golos, sendo o melhor marcador da Selecção de todos os tempos.

Período de atividade: 1961-1977

Clubes representados: «Os Brasileiros», Sporting de Lourenço Marques, Benfica, Boston Tea Men (Estados Unidos), F.C. Monterrey (Monterrey), Beira Mar, Las Vegas Quicksilvers (Estados Unidos), União de Tomar e New Jersey Americans (Estados Unidos).

Principais títulos: campeão Europeu em 1962 (Benfica); 11 campeonatos nacionais (1960/61, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/68, 68/69, 70/71, 71/72, 72/73 e 74/75) e quatro taças de Portugal (1961/62, 63/64, 68/69 e 71/72) pelo Benfica. «Bola de Ouro» para o melhor jogador europeu, em 1965; Duas «Botas de Ouro» (1967/68 e 72/73) para o melhor marcador europeu. Sete vezes melhor marcador do campeonato nacional. Campeão norte-americano em 1975 (Boston Tea Men), e mexicano, em 1976, (F.C. Monterrey).

Considerado unanimemente como o melhor futebolista português de todos os tempos, Eusébio nasceu em Lourenço Marques (hoje Maputo), em Moçambique.

Começou a jogar futebol numa equipa moçambicana denominada por «Os Brasileiros». Por se chamar assim, os seus jogadores tinham alcunhas correspondentes a jogadores «canarinhos» desse tempo (Garrincha, Didi, etc.). A de Eusébio era, curiosamente, Pelé. Apesar de ser benfiquista, o Desportivo de Lourenço Marques, filial «encarnada», não o tratou muito bem quando se sujeitou a um período de experiência e, por isso, aceitou jogar no Sporting de Lourenço Marques.

O seu talento chegou a Alvalade e os dirigentes convidaram-no para se treinar à experiência. O «Pantera Negra», alcunha que lhe foi colocada pela imprensa britânica, que muito cedo, ainda antes do fabuloso Mundial de 1966, se rendeu às suas qualidades, recusou. O Benfica ofereceu-lhe um contrato, que seria assinado em Lourenço Marques. Não podia rubricar dois e, por isso, os benfiquistas, após a sua chegada, em Dezembro de 1960, esconderam-no num hotel.

Abriu-se um longo processo burocrático, que meteu pelo meio um parecer favorável ao Sporting pela Direcção Geral dos Desportos e acabou com a compensação do Sporting de Lourenço Marques em 400 contos, segundo relatos da altura. No entanto, Eusébio já tinha ficado de fora da conquista da primeira Taça dos Campeões, em Berna (1961).

Conta-se que após o seu primeiro treino pelos encarnados, então orientados por Bela Guttmann, o avançado Santana, recém-sagrado campeão da Europa se virou para José Augusto comentando: «qual de nós é que vai ter de sair da equipa?». A certeza acerca das suas qualidades únicas não demorou a atravessar fronteiras: na primeira deslocação ao estrangeiro com o Benfica, num particular com o Santos, saiu do banco para marcar três golos em 15 minutos, ajudando a equilibrar um marcador que então registava 0-5 para os brasileiros.

Foi o início de um percurso fulgurante, com dois pontos altos: a vitória na Taça dos Campeões de 1962 (dois golos na final ao Real Madrid, recebendo o testemunho de Puskas e Di Stéfano como melhor jogador europeu do momento) e a campanha do Mundial de 1966, onde foi o melhor marcador e falhou por uma unha negra a presença na final, depois de uma derrota com a Inglaterra que o fez deixar o relvado lavado em lágrimas.

Isso não chega para sintetizar a sua trajetória nos anos 60, década em que foi a larga distância o futebolista europeu com melhor currículo na Taça dos Campeões e em que chegou a ombrear com Pelé na luta pelo título de melhor do mundo. Em termos nacionais nem é bom falar: transformou o Benfica na maior potência portuguesa, relegando o Sporting para o segundo lugar, colecionando títulos e troféus de melhor marcador.
Mas esse período marca também o início de um calvário, proporcionado pelo excesso de jogos em que era obrigado a participar e pelas entradas duras dos defesas sempre batidos pela sua velocidade e potência de remate. A carreira do futebolista andou entre a glória e a dor, com seis operações ao joelho esquerdo e uma ao direito. Mesmo assim apontou 733 golos em jogos oficiais.

Impedido por ordem direta de Salazar de aceitar os inúmeros convites que lhe chegavam de Espanha e Itália, só em 1975 deixou o Benfica e emigrou para os Estados Unidos, país onde os grandes jogadores da altura terminavam as respectivas carreiras. Depois de um périplo que lhe permitiu queimar os últimos fogachos de talento, regressou a Portugal para jogar ainda no Beira Mar e no União de Tomar, que militava na II Divisão, colocando um ponto-final na sua carreira em 1977.

Integrou equipas técnicas que passaram pelo Benfica e é presença habitual nos trabalhos da Selecção, principalmente em fases finais. É um símbolo do Benfica e, até ao aparecimento dos fenómenos Figo e Cristiano Ronaldo, o único representante do futebol português reconhecido em todas as partes do mundo.

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Offline henrike

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Re: Benfica
« Responder #65 em: 17 de Outubro de 2013, 18:43 »
António Simões (biografia)

Nome: António Simões Costa

Data de nascimento: 14 de Dezembro de 1943

Posição: Extremo esquerdo

Internacionalizações: 46

Período de atividade: 1957-1979

Clubes representados: Almada Atlético Clube (1957-1959); Benfica (1959-1975); Estoril Praia (1975); União de Tomar (1975); Boston Minute Men (1975-1976); San José Earthquake (1976-1977); F.C.Dallas (1977-1979)

Principais títulos: 1 Taça dos Campeões Europeus (1961-1962); 10 Campeonatos Nacionais (1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72, 1972/73, 1974/75); 5 Taças de Portugal (1961/62, 1963/64, 1968/69, 1969/70, 1971/72)

De tenra idade passeava por Corroios em cima de uma carrinha gritando «quero ser jogador de futebol». Alguns anos mais tarde vestia a camisola do Benfica, com a qual se sagrou Campeão Europeu em 1962. António Simões conta com uma vida feita no futebol, em Portugal e no estrangeiro, dentro e fora das quatro linhas.

Oriundo de uma família de benfiquistas, foi descoberto no Almada Atlético Clube por Fernando Caiado, então treinador dos escalões jovens da Luz. «Alguns representantes do Benfica foram ver um jogo para avaliar dois jogadores da equipa adversária, e acabaram por me levar a mim», recorda Simões entre sorrisos.

Ingressou no Benfica como júnior, apesar de ter sido necessário aguardar algum tempo até completar a idade necessária para ser inscrito. «Tive de esperar fazer os 16 anos para poder alinhar na equipa. Fui um bocadinho prematuro: jogava nos juniores com a idade de juvenil e nos seniores com a idade de júnior», salienta.

Tal como tinha acontecido no Almada, sempre alinhou do lado esquerdo. «Vim para o Benfica para ser extremo esquerdo, até porque foi nessa posição que comecei, mas também podia jogar do lado direito». Jogador versátil, Simões tinha a facilidade de jogar com os dois pés o que levou a que fosse um dos principais servidores da equipa que na frente, nos primeiros anos, contava com José Águas e Eusébio, antes de o histórico capitão ser substituído por José Torres.

Em 1961, antes de completar 18 anos António Simões estreou-se no escalão principal da Luz. Alguns meses mais tarde a equipa sagrava-se, pela primeira vez, campeã da Europa, frente ao Barcelona. Simões conquistaria a titularidade na época seguinte e, em 1962, foi um dos jogadores que levantou a segunda Taça dos Campeões Europeu pelos «encarnados».

Foi um período de ouro para o futebol português: até 1968, viriam mais três finais da Taça dos Campeões o Benfica, uma Taça das Taças conquistada pelo Sporting em 1964 e, acima de tudo, a inesquecível campanha do Mundial 1966, onde Portugal atingiu o terceiro lugar. Simões era um dos indiscutíveis dessa equipa, e o seu futebol criativo e veloz seduziu a crítica internacional, valendo-lhe um lugar, juntamente com Eusébio e Coluna, no onze ideal da competição.

Um dos momentos mais altos da carreira de António Simões surgiu nesse mesmo Mundial de Inglaterra, quando marcou um golo de cabeça ao «gigante» brasileiro Manga, num encontro em que Portugal venceu por 3-1, garantindo o primeiro lugar no seu grupo e afastando o campeão mundial em título da segunda fase.

«Recordo-me perfeitamente... servi o Eusébio na esquerda e acompanhei sempre a jogada. Quando ele cruzou com muita força tive sorte e a bola acabou por sobrar para mim. Nessa altura pensei que só conseguiria o golo através de um chapéu de cabeça e foi isso que fiz», lembra Simões. Eusébio, aos 26 e 85 minutos, e o brasileiro Rildo, aos 72 minutos, fixariam o resultado final.
Curiosamente, apesar da sua estatura mediana, Simões realizou ao longo da sua carreira vários golos de cabeça. «Marquei de cabeça a todos os grandes guarda-redes portugueses», recorda o jogador, acrescentado que tal se ficou a dever «a momentos de oportunidade, em situações de vôo ou de desvio». «É que eu só jogava no primeiro andar», brinca o internacional português.

Simões foi muitas vezes comparado ao espanhol Gento, uma das figuras de referência do Real Madrid, vencedor de seis Taças dos Campeões pelos merengues. O internacional português discorda. «O jogador que vi alinhar no mesmo lugar que eu e que, em certa medida, tinha algumas parecenças com a minha forma de jogar é o Chalana», salienta.

Numa carreira feita de grandes glórias António Simões teve, também, momentos difíceis. Uma das situações mais complicadas da sua vida foi vivida pelo extremo encarnado simultaneamente dentro e fora das quatro linhas.

«Tenho duas filhas, sempre quis ter um rapaz e isso aconteceu. Infelizmente, vinte e quatro horas depois de nascer ele faleceu. Nessa altura tinha um jogo importante: o Benfica queria ganhar um Campeonato sem qualquer derrota e isso acabou por acontecer. A 22 de Março de 1972 estava em estágio e tinha um dilema: reunia ou não condições para jogar. Foi uma decisão extremamente difícil porque, sendo do foro pessoal afectava também o desportivo. Decidi jogar e, ironia do destinho, Deus quis que ganhássemos por 1-0. Eu marquei o golo», recorda Simões com emoção.

Eleger o momento mais marcante de uma longa carreira é difícil para o internacional português. Como tal, Simões prefere escolher mais de uma década ao serviço da equipa da Luz. «O ter estado no Benfica durante 16 anos é o momento de grande glória e de grande referência para mim. Foram 750 jogos, muitos títulos e muito sucesso. Quem passa por aqui não tem de escolher um momento. Eu tive a felicidade de viver 16 anos de momentos muito especiais.» António Simões não esconde a emoção quando fala numa carreira, em grande parte construída na Luz. Um estádio que deixou em 1975, numa altura em que Portugal vivia momentos políticos muito agitados.

Devido às suas opções políticas, Simões considerou que seria a altura de deixar o Benfica e o país. «Senti que, pelas minhas opções, poderia haver alguma contestação, ainda que minoritária, a meu respeito como profissional», recorda Simões, que acabou por abandonar o clube sem a habitual festa de despedida feita em homenagem aos jogadores.

Ainda chegou a treinar no Estoril Praia e no União de Tomar, no final da época 1974-75, para se «manter em atividade». Pouco tempo depois rumava aos Estados Unidos, repetindo a história do seu pai, também ele em tempos emigrante na América.

«Com a temporada nos EUA ganhei muito do ponto de vista profissional, o que hoje contribui para ter algum índice de confiança naquilo que faço. Foi uma decisão que não deixou de ter os seus custos, mas da qual não me arrependo», garante.

Passou por Boston, San José da Califórnia e Dallas, sempre em clubes profissionais da Major Soccer League e da North American Soccer League. No Verão de 1979, alinhava então numa equipa de Dallas, António Simões terminou a carreira, num encontro em que marcou um golo e foi eleito o melhor jogador em campo. «Nessa noite senti muitas coisas, talvez até conflituosas. Por um lado o dever cumprido, mas por outro uma imensa pena... gostaria de continuar.»

Aos 36 anos António Simões deixou os relvados. Depois de passar pela equipa técnica do Dallas tornou-se treinador principal em Phoenix, onde permaneceu durante dois anos. Em Portugal passou pela selecção nacional de futebol feminino, pelo Marítimo, pelo Benfica e pelas seleções jovens, até que aceitou fazer parte da equipa técnica de Carlos Queiroz na seleção do Irão.
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Offline henrike

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Re: Benfica
« Responder #66 em: 17 de Outubro de 2013, 18:50 »
Estádio do SLB em fotografia panorâmica
Estádio do SLB em fotografia panorâmica
Código: [Seleccione]
http://benficapanoramico.cabral.com.pt/Fotógrafo profissional desde 1984 e socio do SLB desde que nasci, em 1960, sou também sócio de mérito do clube.

Foi por isso com enorme prazer e orgulho que realizei estas fotografias inovadoras no estádio do Sport Lisboa e Benfica, que ofereço ao clube e a todos os benfiquistas.

Pela minha mão, o Sport Lisboa e Benfica é o 1º clube português e dos primeiros do Mundo a ter fotografias panorâmicas 360º e VR (virtual reality) do seu estádio.

Agradeço ao Benfica TV a inesperada, mas simpática reportagem que fizeram durante o trabalho que realizei.

Espero realizar outros projectos deste género, por isso despeço-me até breve.

António Cabral
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Re: Benfica
« Responder #67 em: 23 de Outubro de 2013, 11:57 »
O regresso de Saviola, «tão bom como no Benfica campeão»



    O Benfica-Olympiakos vai ser um jogo de reencontros. Regressam à Luz muitas caras conhecidas. Além do português Paulo Machado ou do brasileiro Leandro Salino, voltam à que já foi a sua casa o guarda-redes Roberto (com ânimo muito diferente daquele com que saiu) e, claro, Javier Saviola.

    Se Roberto foi sempre uma figura polémica na Luz, «El Conejo» foi o contrário. É ainda hoje uma recordação de qualidade para os adeptos do Benfica, referência da conquista do último campeonato, em 2009/10. Marcou 19 golos nessa temporada, 11 para o campeonato, a dupla que fez com Cardozo foi uma das chaves do sucesso do Benfica.

    Esteve mais dois anos na Luz. Manteve a regularidade em 2010/11, 45 jogos e 14 golos no fim das contas, mas tudo mudou na temporada seguinte. Em 2011/12 deixou de entrar nas primeiras escolhas de Jorge Jesus, fez ao todo 30 jogos, apenas 10 a titular na Liga.

    Saiu no final da época para o Málaga, porque queria jogar mais. «Já tenho 30 anos e quero ver se posso ir para um clube que me permita jogar mais minutos», disse «El Conejo» naquele 30 de agosto de 2012.

    Despediu-se da Luz e dos amigos. Em especial de Pablo Aimar, companheiro de sempre, desde o início da carreira de ambos no River Plate. Voltou a Espanha, onde se tinha revelado para o futebol europeu, em 2001, com a camisola do Barcelona.

    Escolheu o Málaga e voltou a jogar com regularidade na época em que a equipa chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões, depois de deixar pelo caminho o FC Porto. Terminou a relação com o clube espanhol ao fim de 36 jogos e nove golos marcados.

    E rumou à Grécia. No verão de 2013 assinou por duas épocas com o Olympiakos. O nome de Saviola ainda tem peso e o argentino foi recebido em euforia por milhares de adeptos no dia em que aterrou. Pode recordar esse momento lá no fim do artigo.

    Em Atenas encontrou Mitroglou, um avançado ao jeito de Cardozo, e a dupla está de novo a resultar em pleno. Saviola jogou todos os oito jogos no campeonato, que o Olympiakos lidera e é o segundo melhor marcador da equipa, com cinco golos, atrás de Mitroglou, que leva 10. Na Liga dos Campeões jogou os dois jogos até agora e leva uma assistência.

    De resto, perto de completar 32 anos, está igual ao Saviola que os benfiquistas recordam, diz quem o tem visto jogar todas as semanas. Vasco Fernandes e Emídio Rafael, dois defesas portugueses a jogar no Platanias, defrontaram o Olympiakos no último sábado, num jogo que a sua equipa perdeu por 1-4, e falam ao Maisfutebol do momento de Saviola.

    «O Saviola tem um papel fundamental na equipa do Olympiakos. Aqui na Grécia é o Saviola que todos conhecem. Joga muito bem, como jogava no Benfica, num sistema parecido, em que tem o Mitroglou como referência, ainda que não seja tão estático como o Cardozo», analisa Vasco Fernandes.

    «O que vi do Saviola fez-me lembrar o Saviola do Benfica, quando foi campeão», diz por sua vez Emídio Rafael: «Trabalha para a equipa, é muito importante para a equipa. Podem esperar do Saviola o melhor que ele joga.»

    Vasco descreve a inteligência e a mobilidade clássica de «El conejo»: «Muitas vezes baixa a receber a bola, joga muito bem entre linhas, é um jogador muito inteligente em campo. Grande parte do jogo ofensivo do Olympiakos passa por ele, que joga naquela posição intermédia. Não é um 10 mas também não é um ponta de lança fixo.»

    Fora de campo, a imagem de Saviola é igual à que deixou na Luz. Vasco Fernandes: «Um grande jogador, uma pessoa muito humilde e muito boa pessoa. Tanto os adeptos como os adversários e os próprios colegas têm essa imagem dele. Quando chegou os adeptos fizeram-lhe uma receção fantástica.»

    Saviola volta à Luz 15 meses depois de ter saído.É de esperar que os adeptos do Benfica lhe reservem uma receção especial. Tê-la-á, seguramente, por parte de alguns dos antigos companheiros de equipa. Mesmo não estando lá Aimar, Saviola deixou amigos na Luz. Nemanja Matic já assumiu que no final do jogo desta quarta-feira vai fazer questão de pedir a camisola àquele que também define como «um grande homem e um grande jogador».

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Re: Benfica
« Responder #68 em: 23 de Outubro de 2013, 11:59 »
Jesus e Saviola: saudades de um jogador que foi deixando de contar



        Jorge Jesus confessou ter «saudades» de Saviola, jogador que treinou no Benfica durante três temporadas.

        Na primeira, em 2009/10, Jesus e Saviola festejaram juntos o título e o argentino foi muitas vezes titular e marcou golos decisivos. Com o passar do tempo, a utilização do antigo jogador do Real Madrid foi decrescendo.


        Na última época completa na Luz, em 2011/12, Saviola já não foi uma das figuras da equipa.


        Nessa temporada, Saviola jogou apenas cerca de mil minutos e fez seis golos, nas partidas das diferentes competições. Aliás, o argentino só participu em três jogos completos. Chamado em 31 partidas, começou como titular em 17 e foi suplente utilizado em 14.


        No campeonato, Saviola marcou quatro golos em 820 minutos. Curiosamente, o Benfica só perdeu (1-2) um dos jogos em que o avançado participou. Foi para a Taça e custou o afastamento dos encarnados frente ao Marítimo. Saviola marcou de grande penalidade.


        Em 2010/11 Saviola participou em 47 jogos (3190 mintos) e marcou 14 golos.


        Em 2009/10 o argentino fez 44 jogos (3066 minutos) e conseguiu 19 golos.


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Re: Benfica
« Responder #69 em: 03 de Novembro de 2013, 19:51 »




Demolido

O dia 1 de Dezembro de 1954 é a data que assinala um dos maiores feitos da história benfiquista - a inauguração do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, popularmente conhecido por Estádio da Luz. Foi o culminar de um sonho de muitos anos, após inúmeras iniciativas e actividades que movimentaram o País e as colónias portuguesas, num esforço gigantesco que merece figurar na história contemporânea de Portugal como um dos seus capítulos mais vibrantes. Podemos classificar o Estádio como um monumento erguido com a vontade de um povo! Após várias décadas sem casa própria, o maior e mais popular clube português conseguia, finalmente, um estádio à imagem da sua dimensão.

Logo que, em Março de 1944, o Clube teve conhecimento de que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) - proprietária do Campo Grande, onde o Benfica jogava desde 05/10/1941 - estava a estudar uma nova localização para o recinto benfiquista, começou a pensar-se na ideia de construir um novo estádio. Porém, os anos foram passando e as Direcções do Clube, eleitas anualmente, mostravam-se incapazes de obter, da CML, terrenos para a edificação do novo campo. Alguns associados descontentes com a situação são eleitos, a 19/01/1946, para a direcção, conseguindo, a 17/05/1946, um encontro no Ministério das Obras Públicas, durante o qual o ministro eng.º Cancela de Abreu se mostra interessado na resolução do problema, afirmando que "o Benfica é de Benfica e para lá tem de voltar!".

Iniciava-se, então, o processo que levaria à construção do estádio actual. Joaquim Bogalho tinha um conjunto de princípios que procurava implementar. O estádio deveria ser feito ao nível do melhor clube português, salvaguardando o seu pagamento imediato, de modo a evitar empréstimos que hipotecassem novamente o futuro, como acontecera com o estádio das Amoreiras havia dois decénios! É que, considerava-se, o enfraquecimento do nosso futebol durante os anos 30 e 40 muito se devera aos pagamentos de empréstimos  para a construção desse estádio, o que exaurira o clube ("esse cancro que corroía a nossa existência; um tormento atroz.", nas palavras de Bogalho), conduzindo à debilitação da equipa principal de futebol. Procuravam-se, assim, terrenos amplos e acessíveis na cidade de Lisboa, bem localizados e onde se conseguisse construir um "Parque de Jogos" que fosse ao encontro do eclectismo do Clube.

Procurava-se, por tudo isto, obter terrenos em condições vantajosas: topografia que facilitasse (e não encarecesse) os trabalhos e a um preço acessível, já que o desejo não era arrendar mas sim comprar - o que, para evitar encargos futuros, só viria a ser possível em 21/10/1969. Quanto ao tipo de construção, o ideal seria um estádio sem luxos, mas funcional, à imagem do Benfica, ou seja, um recinto desportivo com uma capacidade de assistência aceitável para a massa associativa (40 000 lugares - o Clube registava 14 334 sócios em 31/12/1949) e erguido a partir de um projecto que comtemplasse a possibilidade de ampliação futura. Depois de delimitados os terrenos em Carnide - entre a estrada de Benfica, a rua dos Soeiros e a azinhaga da Fonte (próximo do local onde estava projectada a nova avenida circular de Lisboa) -, iniciaram-se as expropriações por parte da CML, a 15/11/1949.

A elaboração do projecto do "Novo Parque de Jogos" foi entregue ao arquitecto João Simões, antigo futebolista do Clube, nas categorias inferiores, entre 1925/26 e 1929/30, que teve a sabedoria de conceber um conjunto de recintos desportivos magnífico para o estádio principal e para os espaços desportivos envolventes, uma obra arquitectónica notável, que, apesar de concluída apenas 40 anos depois, seguiu as "linhas gerais" definidas em finais dos anos 40 por João Simões, o que enaltece a genialidade do projecto inicial. Já nos anos 50, iniciam-se as campanhas financeiras que vão viabilizar a construção do estádio. A 27/10/1951, surge a ideia de aumentar voluntariamente a quota de 16$00 para 20$00, dando início à campanha "Fundos para o novo Estádio", que rapidamente tem grande adesão por parte dos associados.

Mas é com a eleição da Direcção presidida por Joaquim Bogalho, em 15/03/1952, que se incrementam diligências para a construção do estádio. Destas, destaca-se a criação da "Comissão Central do Novo Parque de Jogos do SLB", encabeçada por Joaquim Bogalho. A Comissão estimulou e desenvolveu variadas iniciativas e coordenou ideias de outros associados, gerando-se um movimento imparável, exaltado de benfiquismo e que permitiu o êxito das várias iniciativas, devidamente publicitadas no semanário do clube, O Benfica. Após a Assembleia Geral de 16/07/1952 ter autorizado a Direcção a assinar o contrato de ocupação dos terrenos que a CML destinara ao futuro estádio do Clube, entrou-se num período de euforia que só viria a dissipar-se com a inauguração do Estádio.

A visita à Estrada da Luz, 203, local dos terrenos do futuro estádio, determinou o lançamento da campanha de donativos "O Primeiro Impulso", arrancando, desde logo, com 90 000$00. A escritura da cedência dos terrenos efectuou-se na CML, a 06/11/1952. A área foi de 120 000 m2, sob arrendamento mensal de 1 500$00, passando, mais tarde, em Julho de 1954, para 5 000$00, também mensais, mas sempre com a perspectiva de aumentar a área envolvente e garantir a compra dos terrenos, o que realmente viria a acontecer. Em Janeiro de 1953, as dádivas começam a ser recolhidas no "Fundo de Construção do Novo Parque de Jogos do Clube". Quando a 23/05/1953 é adjudicada a empreitada de terraplanagens, pelo valor de 840 000$00, contabilizava-se já, nos "Fundos Pró-Estádio", um total de 1 355 658$00.

A inauguração oficial das obras efectua-se em 14/06/1953. Numa primeira fase, o Clube desenvolve uma intensa campanha para  obtenção de fundos: leilões diários na Secretaria, espectáculos  pró-estádio, sorteios monumentais e disponibilização de um mealheiro gigante no Pavilhão do Benfica na Feira Popular. São levadas a cabo, também, algumas iniciativas de âmbito cultural, como um concurso de cartazes e outro de quadras populares. O êxito destas acções permite ao Clube guarnecer-se de recursos financeiros para os trabalhos iniciais de terraplanagem do local, por onde vão passando milhares de pessoas que não deixam de colaborar, pagando 10$00 por cada enxadada. Tudo isto com a ajuda do jornal O Benfica,  que reserva semanalmente as páginas 4 e 5 (centrais), com o título "Pró-Estádio do Benfica", acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e das acções de angariação de fundos e noticiando e promovendo novas iniciativas.

Com a multiplicação dos Festivais Pró-Estádio em vários locais, dentro e fora do país, do Minho a Timor, os trabalhos decorrem sem interrupções, em pleno clima de exaltação. A 30/01/1954, quando se adjudica a empreitada para as fundações das bancadas - pelo valor de 542 330$00 -, havia nos "Fundos" um saldo de 2 336 825$48. Em simultâneo, inicia-se uma gigantesca "Campanha do Cimento". Quando, a 17/05/1954, se inicia a construção das bancadas do 1.º e do 2.º anel, adjudicadas por 5 968 000$00, regista-se um saldo de 2 078 400$48 e assinala-se a entrada no Clube de 9 327 sacos de cimento, correspondendo a 467 toneladas. Em Outubro de 1954, foi criada a campanha "O Último Impulso - Quem não deu que dê agora, quem já deu que torne a dar". O slogan serviu para incentivar os donativos em dinheiro e cimento que se prolongaram para lá da inauguração do estádio, permitindo a Joaquim Bogalho, tal como era seu desejo, pagar o estádio - no valor de 12 037 683$65 - quando deixou o cargo de presidente da direcção, após as eleições de 30/03/1957.

Finalmente, às 11 horas do dia 1 de Dezembro de 1954, o emocionado líder do Clube, e maior responsável pela passagem do sonho à realidade, Joaquim Ferreira Bogalho, abre simbolicamente uma das portas de acesso ao Estádio, inaugurando um dos mais belos recintos desportivos do mundo. O Recinto viria a acompanhar o futuro crescimento desportivo e associativo do Clube. Originalmente com "dois anéis", sem iluminação e isolado, seria mais tarde dotado de torres de iluminação (1958), de um 3º anel construído em duas fases (1960 e 1985,  permitindo aumentar a sua lotação para 70 000 e 120 000 pessoas, respectivamente) e de inúmeras infraestruturas desportivas à sua volta. A 04/01/1987, por ocasião da 15.ª jornada do Campeonato Nacional de 1986/87, frente ao FC Porto, o Estádio da Luz registaria a maior assistência de sempre: 135 000 pessoas!

A importância da nova casa, onde o Benfica dispunha pela primeira vez na sua história de um campo relvado revelou-se logo na época da sua inauguração, com a conquista do título de Campeão Nacional, que escapava desde 1950. Muitos clubes passaram então a sentir o "efeito Luz", saindo, com frequência, goleados do majestoso reduto. Que o digam alguns dos mais reputados emblemas do futebol internacional, que sucumbiram, em jogos da Taça dos Campeões, ao efeito terrível da "Catedral": 6-2 ao Ujpest da Hungria (06/11/1960), 5-1 ao Áustria de Viena (08/11/1961), 6-0 ao campeão alemão, FK Nuremberga (22/02/1962), e 5-1 ao finalista europeu de 1964, o Real Madrid (24/02/1965). Em jogos com clubes portugueses, os exemplos são igualmente vastos: 9-0 ao Boavista, para o Nacional (07/02/1960), 6-0 ao FC Porto, para a Taça (30/04/1972), 5-0 ao Sporting, para o Nacional (19/11/1978) e 8-0 ao Belenenses, para o Nacional (30/03/1980).

Entre outros, foi também na Luz que o Benfica comemorou 23 (2 "bis" e 4 "tris" pelo meio) dos seus 30 títulos de Campeão Nacional, o apuramento para  23 finais da Taça de Portugal (tendo 16 resultado na obtenção do troféu), 7 passagens à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus e a disputa da 2.ª mão da final da Taça UEFA, em 18/05/1983. Tendo como referência a vitória 2700 do Clube (curiosamente, 2300 com adversários portugueses), registada em 12/01/2002, data em que o Benfica defrontou, para o Nacional de 2001/2002, o Varzim SC (3-2), já se tinham jogado, até essa data, 1068 jogos no Estádio da Luz, desde a sua inauguração em 01/12/1954. A vitória 400 com adversários estrangeiros foi, também, conseguida no nosso Estádio, a 05/08/2001.

No total de 1075 jogos realizados, o Benfica somou 846 vitórias, 167 empates e apenas 62 derrotas, tendo marcado 3121 golos e sofrido 692. Entre 02/03/1969 e 18/12/1973, o Benfica registou a espantosa marca de 91 jogos consecutivos sem perder, com 80 vitórias e 11 empates. De assinalar, também, o registo fantástico de 37 vitórias consecutivas, alcançadas entre 01/12/1979 e 22/04/1981. Em breve, a velha Luz irá "apagar-se", sacrificada ao Euro/2004. Mas o universo do futebol jamais esquecerá aquele que é carinhosamente conhecido no mundo por "stadium of light", um Estádio onde se disputaram alguns dos melhores jogos de futebol realizados na 2.ª metade do séc. XX.

« Última modificação: 03 de Novembro de 2013, 20:34 por rochas »
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Offline henrike

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Re: Benfica
« Responder #70 em: 03 de Novembro de 2013, 20:35 »










Primeiro Anel
- 21.800 lugares
- 12 bares
- Lugares para pessoas com deficiências motoras Piso Relvado
- Balneários
- Corredor acesso ao estádio
- Sala de Comunicação Social

Pisos Subterrâneos
- Pisos Subterrâneos
- Piso -1: 170 lugares estacionamento, estacionamento VIP
- Piso -2: 400 lugares estacionamento
- Piso -3: 840 lugares estacionamento.

Segundo Anel
- 7.300 lugares
- 12 bares
- Salas de apoio exclusivas
- Tribuna Presidencial
- Health Club
- Restaurante Panorâmico
- Museu

Terceiro Anel
- 2.500 lugares
- 8 bares
- Camarotes de Empresa
- Camarotes de Sócios
- Business Center e Corporate Center
- Health Club
- Restaurante Panorâmico

Quarto Anel
- 33.600 lugares
- 23 bares
- Health Club

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Offline cereal killa

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Re: Benfica
« Responder #71 em: 05 de Novembro de 2013, 18:52 »
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Offline henrike

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Re: Benfica
« Responder #72 em: 10 de Novembro de 2013, 13:02 »
Golos no dérbi: Cardozo ultrapassa Manuel Fernandes

    Paraguaio já marcou treze golos nos jogos com o Sporting


    Peyroteo é o incontestável rei do golo nos 300 jogos oficiais entre Benfica e Sporting, superando largamente o fenómeno Eusébio. A idade de ouro dos golos no dérbi foi nas décadas de 30 e 40, quando os rivais chegavam a jogar-se sete vezes na mesma temporada.

    Cardozo, com treze golos, é o único jogador nos atuais plantéis com lugar nos 20 primeiros, tendo mesmo ultrapassado nomes tão importantes como Manuel Fernandes ou Liedson.

    Confira a lista dos marcadores com mais de seis golos em «derbies» oficiais:

    Peyroteo (Sporting), 48 (entre 1937-49)

    Eusébio (Benfica), 27 (1962-73)

    Valadas (Sporting e Benfica), 24 (1931-43)

    Mourão (Sporting), 19 (1929-44)

    Nené (Benfica), 17 (1970-85)

    José Águas (Benfica), 16 (1950-63)

    Espírito Santo (Benfica), 16 (1936-48)

    Jordão (Benfica e Sporting), 15 (1974-84)

    Soeiro (Sporting), 15 (1934-42)

    Albano (Sporting), 14 (1943-54)

    Arsénio (Benfica), 14 (1944-55)

    Cardozo (Benfica), 13 (2008-13)

    Júlio (Benfica), 13 (1942-50)

    Cruz (Sporting), 12 (1936-43)

    Jesus Correia (Sporting), 12 (1945-52)

    Manuel Fernandes (Sporting), 12 (1976-86)

    Rogério Sousa (Sporting e Benfica), 12 (1929-37)

    Vasques (Sporting), 12 (1946-58)

    Liedson (Sporting), 11 (2004-10)

    Joaquim Teixeira (Benfica), 11 (1941-45)

    Rogério «Pipi» (Benfica), 11 (1944-52)

    Martins (Sporting), 10 (1950-55)

    Vítor Silva (Benfica), 10 (1932-36)

    Abrantes Mendes (Sporting), 9 (1926-36)

    Figueiredo (Sporting), 9 (1961-67)

    Francisco Rodrigues (Benfica), 9 (1940-42)

    João Pinto (Benfica e Sporting), 8 (1994-2003)

    José Torres (Benfica), 8 (1962-70)

    Pireza (Sporting), 8 (1937-43)

    José Augusto (Benfica), 7 (1959-65)

    Travassos (Sporting), 7 (1946-54)

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Offline henrike

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Re: Benfica
« Responder #73 em: 05 de Janeiro de 2014, 12:43 »
Morreu Eusébio

Morreu Eusébio da Silva Ferreira. Aos 71 anos, aquele que para muitos foi o melhor futebolista português de sempre, foi vitimado esta madrugada por uma paragem cardiorrespiratória, avança a agência Lusa, citando fonte do Benfica, o seu clube de sempre.

A três semanas de completar 72 anos, Eusébio já tinha um historial de problemas clínicos, tendo sido sujeito a vários internamentos nos últimos anos. Um dos mais recentes tinha sucedido na Polónia, durante o Europeu de 2013, quando acompanhava a seleção nacional, de que era embaixador.

Nascido em Lourenço Marques (atual Maputo) em 25 de janeiro 1942, Eusébio chegou ao Benfica em dezembro de 1960, sendo protagonista de um braço de ferro entre encarnados e leões, que também pretendiam o seu concurso, depois de a sua fama goleadora ao serviço do Sporting de Lourenço Marques ter chegado a Lisboa. O Pantera Negra não chegou a tempo de participar na campanha europeia que levou o Benfica à conquista do primeiro título europeu, em 1961, mas um ano depois já era figura de proa na equipa que conseguiu o bicampeonato, marcando dois golos na final, com o Real Madrid.

Eusébio não voltaria a erguer o trofeú, mas estaria presente em mais três finais europeias, perdidas com o Milan, o Inter e o Manchester United. A regularidade das exibições fez dele o futebolista europeu mais influente da década de 60, estatuto que confirmou com a presença inesquecível no Mundial de 1966. Os seus nove golos deram-lhe a coroa de melhor marcador e levaram Portugal a um inédito terceiro lugar.

Em quinze épocas no Benfica, Eusébio conquistou 11 títulos de campeão, sendo sete vezes melhor marcador do campeonato. Durante 13 anos representou a seleção nacional, ao serviço da qual marcou 41 golos em 64 internacionalizações.



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Re: Benfica
« Responder #74 em: 05 de Janeiro de 2014, 13:20 »
Eusébio nunca será suplente na equipa dos melhores de sempre
A chegada a Portugal, a afirmação no Benfica e no futebol mundial, as peripécias de uma carreira ímpar.



Eusébio a receber a Bola de Ouro, em 1965
Humilde, mas sem falsas modéstias. Quando Eusébio chegou à “metrópole” e ao Benfica campeão europeu em 1961, sabia o que valia. “Não me interessa se eles são campeões europeus, vou entrar nesta equipa.” Ele era um jovem moçambicano acabado de chegar de Lourenço Marques e já metia medo aos consagrados Águas, Augusto e Coluna, os “senhores”, como os novatos da equipa lhes chamavam. “Comentávamos entre nós, quem é que vai sair? Porque o Eusébio era um jogador de excepção”, diz José Augusto. Alguém saiu e ele, Eusébio da Silva Ferreira, entrou na equipa do Benfica para se tornar uma lenda do futebol mundial. O melhor jogador português de todos os tempos que brilhou numa altura em que o futebol era diferente. Como Amália, o seu nome é sinónimo dele próprio. Não existirá mais nenhum Eusébio.
Eusébio, o “King”, Eusébio, o Pantera Negra, Eusébio, a Pérola Negra. Ele só não gostava muito que lhe chamassem Pantera Negra por causa dos Black Panthers, o partido activista negro dos EUA. Preferia que lhe chamassem King, o Rei. Foi em Wembley, esse mítico estádio que iria marcar sua carreira, que Eusébio passou a ser pantera. Foi na sua segunda internacionalização pela selecção portuguesa. Dos onze, apenas um jogador tinha nascido em Portugal continental (Cavém, algarvio) e um nos Açores (Mário Lino). Havia um jogador brasileiro (Lúcio), todos os outros, incluindo o seleccionador (Fernando Peyroteo), eram africanos.
O jogo era de qualificação para o Mundial e a Inglaterra acabaria por ganhar (2-0). Portugal mandou quatro bolas ao poste, duas delas foram remates de Eusébio. Foi o seleccionador inglês Walter Winterbottom que avisou o jogador que estava encarregado de o marcar: “Tem cuidado com o Pantera Negra” – mais tarde, seria um jornalista inglês, Desmond Hackett, a cunhar esse nome no “Daily Express” após a final de Amesterdão, com o Real Madrid.
O jogo de Wembley foi a 25 de Outubro de 1961. Menos de um ano antes, em Dezembro de 1960 (15 ou 17, consoante as versões), chegava à metrópole proveniente de Lourenço Marques “o disputadíssimo Eusébio”, como escrevia o jornal “A Bola” de 17 de Dezembro. “Faço qualquer um dos postos do ataque menos o de avançado centro”, contou ao jornalista de “A Bola”, Cruz dos Santos, que era o único jornalista à sua espera no Aeroporto da Portela. “Chegou com um ar muito tímido. Fui com um sobretudo quentinho que tinha comprado em Edimburgo uns meses antes e o Eusébio apareceu-me com uma roupinha muito de Verão, uma gravatinha, com um ar muito modesto”, recorda o jornalista. É a sua primeira fotografia na metrópole: Eusébio de fato e gravata, com Cruz dos Santos ao lado, a tirar notas num bloco. Eusébio embarcara em Lourenço Marques com nome de mulher: Ruth Malosso.
Tinha 18 anos, fama de prodígio, pronto para conquistar o mundo. Um mundo que seria dele pouco depois. Basta dizer um número: 546, os golos que marcou pela selecção portuguesa e ao serviço dos clubes por que passou. Pelo Benfica, foram 473, em 440 jogos oficiais. Mais números: sete vezes o melhor marcador do campeonato português, três vezes o melhor marcador da Taça dos Campeões. Cometeu a proeza de marcar 32 golos em 17 jogos consecutivos, tendo ainda conseguido marcar seis golos no mesmo jogo em três ocasiões. O guarda-redes que mais golos seus sofreu foi Américo, do FC Porto (17).
Dos craques do passado, talvez seja Eusébio aquele que melhor se adaptaria ao futebol de qualquer época, mesmo ao mais calculista e táctico do nosso presente, menos atacante e ingénuo do que no tempo de Eusébio. O seu poder físico, potência de remate, técnica e capacidade goleadora fariam dele uma estrela em qualquer equipa de qualquer era. Só no final de carreira, com os joelhos em más condições (só no joelho esquerdo sofreu seis operações) é que saiu de Portugal, onde era património de Estado. Eusébio seria um Cristiano Ronaldo apresentado no Santiago Bernabéu perante dezenas de milhares de adeptos. Eusébio esteve lá em 2009 para apresentar Ronaldo ao Real Madrid, ao lado de Alfredo di Stéfano, que sempre foi o seu grande ídolo. As palavras de Don Alfredo, o argentino feito espanhol, não podiam ser mais verdadeiras. “Isto, serias tu.”
Os primeiros anos
Eusébio da Silva Ferreira nasceu a 25 de Janeiro de 1942, o quarto filho de Laurindo António da Silva Ferreira, um angolano branco que trabalhava nos caminhos-de-ferro de Moçambique, e Elisa Anissabeni, uma mulher moçambicana. Foi na Mafalala, bairro pobre na periferia de Lourenço Marques (actual Maputo) que Eusébio começou a dar uns pontapés em bolas de trapos sem ligar muito à escola. “A minha mãe não gostava nada que eu andasse enfronhado no futebol, apertava comigo, que me importasse com a escola e me deixasse dos pontapés na bola, mas eu não sei explicar, havia qualquer coisa que me puxava, sentia um frenesim no corpo que só se satisfazia com bola e mais bola. O resultado disto era uns puxões de orelhas bem grandes e, uma vez por outra, umas sovas que não eram brincadeira nenhuma”, recordava Eusébio numa entrevista ao jornal “A Bola”.
No bairro onde viveram o poeta Craveirinha e os antigos presidentes de Moçambique Joaquim Chissano e Samora Machel, Eusébio ganhava os berlindes aos amigos apostando que conseguia dar X toques seguidos numa bola. Entre os jogos de futebol na rua e a presença intermitente na sala de aula, Eusébio sofreu uma tragédia precoce. Aos oito anos, ficava órfão de pai, vítima de tétano. “Segundo a minha mãe, o meu pai era muito bom jogador de futebol”, disse numa entrevista. Ficava Dona Elisa, os quatro rapazes (Jaime, Alberto, Adelino e Eusébio) e uma rapariga (Lucília). Num segundo casamento, Elisa teria mais três filhos (Gilberto, Inocência e Fernando).
Foi na Mafalala que conheceu a sua primeira equipa, “os Brasileiros”, “um clube de pés-descalços” em que os jogadores adoptavam nomes dos craques brasileiros. Eusébio era Pelé, ano e meio mais velho que o moçambicano. Em 1958, Eusébio tinha 16 e Pelé 17 quando o Brasil foi campeão mundial na Suécia, a equipa que também tinha Didi, Zagallo e Garrincha. Todos tinham as suas contrapartes no FC Os Brasileiros.
Mas onde Eusébio queria jogar era no Desportivo de Lourenço Marques, filial do Benfica, clube do qual o pai era adepto. No Desportivo não o aceitaram porque era “franzino, pequenino” – Eusébio contou que esse treinador foi, depois, despedido. Também no Ferroviário o recusaram. O mesmo erro não cometeu o Sporting de Lourenço Marques, filial moçambicana do Sporting Clube de Portugal, que ficou com ele de imediato, depois de ter ido fazer testes com um grupo de rapazes do bairro. Mas Eusébio impôs uma condição: ou ficam todos, ou não fica nenhum. Ficaram todos.
O Sporting Laurentino insistia, mas Eusébio resistia porque aquele não era o seu clube, nem o do seu pai, apesar das insistências de Hilário da Conceição, seu vizinho na Mafalala e futuro defesa-esquerdo do Sporting e da selecção portuguesa – Hilário, dois anos mais velho que Eusébio, foi o primeiro jogador negro a jogar no Sporting de Lourenço Marques e iria para Lisboa primeiro que o “Pantera Negra”. Eusébio acabou por ir contrariado para os “leões” de Lourenço Marques. “Ninguém do meu bairro gostava do Sporting. Porque era um clube da elite, um clube da polícia, que não gostava de pessoas de cor”, contou mais tarde. Começou nos juniores, passou rapidamente para os seniores e estreou-se contra o “seu” Desportivo. Não queria jogar, mas jogou. Marcou três golos e chorou. Tinha 17 anos. O Sporting foi campeão regional com 30 remates certeiros de Eusébio, a quem o clube tinha arranjado um emprego como arquivador numa empresa que fabricava peças para automóveis.
Eusébio era um fenómeno na colónia e, na metrópole, já se ouvia falar dele. Portugal era o sonho dos jogadores nas colónias portuguesas em África e Eusébio não era excepção. E era um sonho muito possível. África era um grande fornecedor de jogadores para os clubes e selecção portuguesa. Os pretendentes eram muitos. Sporting, Benfica, Belenenses e FC Porto queriam Eusébio. Guttman já tinha ouvido falar dele, através de um brasileiro que o tinha visto jogar em Lourenço Marques. Os clubes começaram a movimentar-se, mas foi o Benfica quem chegou lá primeiro. Ofereceu 110 contos a D. Elisa, que deu a sua palavra de que o filho iria jogar no Benfica de Lisboa.
O Sporting terá oferecido mais depois, mas palavra dada era sagrada e a mãe de Eusébio não voltou atrás. Para além do mais, o Sporting queria Eusébio à experiência. “Eu já estava no Sporting e o presidente, sabendo que eu era muito amigo do Eusébio, chamou-me para lhe pedir para vir fazer testes. Ele respondeu, ‘Estás a ver o Seminário [peruano que jogou no Sporting entre 1959 e 1961, conhecido como o “expresso de Lima”]? Eu dou-lhe avanço a marcar golos. Querem experimentar o quê?”, recorda Hilário.
Tavares de Melo, talhante e representante do Benfica em Lourenço Marques, coordenou toda a operação. Depois de garantido o acordo de Eusébio e de D. Elisa, o objectivo era colocar o jogador na capital o mais depressa possível e sem que os adversários soubessem. Fez Eusébio embarcar com nome de mulher e terá feito chegar um telegrama ao Sporting lisboeta comunicando que o jovem jogador iria de barco para a capital. Por isso é que, quando Eusébio aterrou às 23h30 no aeroporto de Lisboa, apenas estavam lá representantes do Benfica (e o jornalista de “A Bola”) à espera dele. Do lado “leonino” falou-se de rapto, Eusébio sempre negou esta tese: “Eu só assinei contrato com o Benfica. Só quando aterrei aqui é que se começaram a inventar raptos. O contrato com o Benfica até dizia que, se não me adaptasse em Lisboa, o clube podia recuperar o dinheiro.”
A chegada ao Benfica
Quando Eusébio, menor de idade, chegou a Lisboa, o Benfica já estava nos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus. “Não gosto de jogar a avançado-centro”, foram as suas primeiras palavras, depois de uma viagem de “Portugal para Portugal”, como escrevia o jornal “A Bola” de 17 de Dezembro de 1960. Foi directo para a Calçada do Tojal, em Benfica, para viver no Lar do Jogador, onde estavam alojados os futebolistas “encarnados” que eram solteiros e que tinha hora de recolher obrigatório para os seus hóspedes. José Torres, dois anos mais velho, foi o seu anfitrião, eles que, pouco depois, fariam uma dupla temível no ataque do Benfica e da selecção nacional.
Mas Eusébio ainda não podia jogar, apesar de impressionar nos treinos. Bela Guttman, o treinador, chamou-lhe o “menino de oiro” da primeira vez que o viu. O processo de transferência de “Ruth” ainda não tinha acabado. Eusébio tinha contrato assinado com o Benfica, mas ainda não tinha a carta de desobrigação que teria de ser passada pelo Sporting de Lourenço Marques, ainda empenhado na ida do jogador para os “leões” de Lisboa. A batalha jurídica é longa. Os lados esgrimem argumentos e o tempo vai passando, sem que haja uma decisão definitiva. Na Taça dos Campeões, o Benfica ultrapassa o Aarhus, da Dinamarca, e o Rapid de Viena, da Áustria, e com Eusébio sempre integrado na comitiva.
A final será contra o Barcelona, em Berna, a 31 de Maio. O Benfica manda Eusébio para um hotel em Lagos, para o esconder dos jornalistas e de outros pretendentes. A 12 de Maio, cinco meses depois de sair de Moçambique, o desfecho: Eusébio já é jogador do Benfica, que paga por ele 400 contos, mas não poderá defrontar a formação catalã devido aos regulamentos da União Europeia de Futebol (UEFA).
Ele não irá à Suíça, mas vai estar no jogo de despedida do Benfica antes da final, na Luz, frente ao Atlético, um futuro titular numa equipa quase só de reservas. A 23 de Maio, primeiro jogo pelo Benfica, primeiros golos, três, tal como a sua estreia pelo Sporting de Lourenço Marques. Minutos 11, 76 e 80, o do meio o primeiro penálti que marcou. Os benfiquistas estavam lá para ver o “disputadíssimo”. “Quando entrei e se me deparou uma multidão que gritava o meu nome, num testemunho de confiança que nunca esqueci, fiquei tonto. Ninguém imagina como estava nervoso”, contou Eusébio na sua biografia.
A equipa seguiu para Berna e conquistou o primeiro dos seus dois títulos europeus, com uma vitória por 3-2 sobre o Barcelona. Eusébio ficou em Lisboa e, no dia seguinte à final europeia, fazia a sua estreia oficial pelo Benfica, na segunda mão dos oitavos-de-final da Taça de Portugal no Campo dos Arcos, frente ao Vitória de Setúbal. Eusébio seria titular e marcaria o único golo “encarnado” nesse jogo que os sadinos venceriam por 4-1, anulando a desvantagem de 3-1. Nessa época, ainda houve tempo para se estrear no campeonato, na Luz frente ao Belenenses, ao lado dos senhores José Augusto e Coluna. Eusébio marca o segundo de uma goleada por 4-0 e ganha o direito a ser campeão.
O que Eusébio perdeu nesses primeiros meses foi largamente compensado na década e meia seguintes. Com Eusébio na equipa, o Benfica foi 11 vezes campeão em 15 anos. O moçambicano foi sete vezes o melhor marcador do campeonato português, duas vezes o melhor goleador da Europa. Conquistou mais cinco Taças de Portugal e um título de campeão europeu de clubes. Ao todo, foram 17 títulos pelo Benfica: 11 campeonatos, cinco taças de Portugal e a Taça dos Campeões. Foi ainda o primeiro português a ser considerado o melhor jogador da Europa, em 1965. Depois dele, só Figo, em 2000, e Cristiano Ronaldo, em 2008.
Em 1961/62, a sua primeira época “a sério”, Eusébio ainda não está entre os cinco mais utilizados por Bela Guttman, mas já é o melhor marcador, com 29 golos em 31 jogos, mais do que o consagrado José Águas (26). O Benfica não seria campeão (terceiro lugar, atrás de Sporting e FC Porto), mas esta seria uma época histórica, a do Benfica bicampeão europeu, na final de Amesterdão, frente ao Real Madrid. Eusébio enfrentava o seu ídolo de infância, Alfredo di Stéfano. Na primeira das quatro finais que haveria de jogar na sua carreira, Eusébio marcou dois golos (os dois últimos e decisivos) naquele triunfo emocionante por 5-3, em que o Benfica chegou a estar a perder por 2-0 e 3-2.
O jovem moçambicano de 20 anos “destruía” a lenda hispano-argentina “merengue”, 16 anos mais velha, mas manteve a deferência para “don” Alfredo, como mantinha para os seus companheiros de equipa mais velhos. “Tinha dito ao senhor Coluna para pedir ao senhor Alfredo di Stéfano para me dar a camisola. E consegui. Ele sabia lá quem era o Eusébio! Quando ganhámos, fui a correr para junto dele. Ele deu-me a camisola e ficou com a minha. Nessa altura roubaram-me o fio da minha mãe, os calções, mas consegui guardar a camisola nas cuecas. Apareço numa fotografia com uma mão à frente: estou a defender a camisola.”
O Mundial de Inglaterra
Eusébio precisou apenas de nove golos em cinco jogos pelo Benfica para se estrear na selecção portuguesa, por quem haveria de disputar 64 jogos (41 golos). O adversário era o fraco Luxembrugo e estava em causa a qualificação para o Mundial de 1962, no Chile. Peyroteo, antigo avançado do Sporting e membro dos famosos “cinco violinos”, estreava-se como seleccionador. A equipa era totalmente de Lisboa, um jogador do Belenenses, cinco do Sporting e cinco do Benfica, Eusébio era um deles.
A 8 de Outubro de 1961, um domingo, no Estádio Municipal do Luxemburgo, o herói foi outro. Adolphe Schmit, médio que nunca foi mais alto na sua carreira do que a segunda divisão francesa, marcou os três primeiros golos do jogo em 57 minutos. Portugal só reage aos 83’, com o primeiro golo de Eusébio ao serviço da selecção nacional, mas a selecção do Grão-ducado repõe as diferenças no minuto seguinte. Yaúca, o único do Belenenses, fixou o resultado em 4-2. A derrota humilhante e inesperada afastou a selecção portuguesa do Mundial e o jogo seguinte, em Wembley, frente à Inglaterra (o tal em que Eusébio passou a ser o “pantera negra”), seria para cumprir calendário.
Três anos e meio depois, Portugal iniciava nova campanha para o Mundial de futebol, que seria em Inglaterra. Eusébio marcou sete golos na qualificação, um deles deu uma vitória surpreendente e dramática em Bratislava frente à poderosa Checoslováquia, vice-campeã mundial. Pela primeira vez a selecção portuguesa chegava à fase final de uma grande competição internacional. Comandados por Manuel da Luz Afonso e Otto Glória, os portugueses iam a Inglaterra com algum crédito. E com Eusébio, considerado no ano anterior como o melhor jogador europeu.
Eusébio ficou com o número 13 e a campanha com um triunfo em Old Trafford, o estádio do Manchester United, sobre a Hungria por 3-1, o único jogo do Mundial em que Eusébio não marcou qualquer golo. Depois, foi a história que bem se conhece. De novo em Old Trafford, Eusébio marcou o golo do meio no triunfo sobre a Bulgária. Seguia-se o Brasil de Pelé, no Goodison Park em Liverpool. Pelé ficou a zeros, Eusébio marcou dois e subiu ao trono de rei do Mundial. Portugal derrotava o campeão vigente e avançava para os quartos-de-final.
O jogo seria em em Liverpool, o adversário seria a Coreia do Norte, uma equipa que também estava a ser uma sensação, depois de ter deixado a Itália de fora. Os "baixinhos com as caras iguais" (o mais alto tinha 1,75m), como disse um dia José Augusto, um dos membros da equipa portuguesa, começaram por surpreender os "Magriços" de forma bastante afirmativa, colocando-se a vencer por 3-0. Mas Portugal tinha Eusébio, que, quase sozinho, destruiu os asiáticos, marcando quatro golos na partida dos quartos-de-final que terminaria em 5-3 para Portugal.
O golo que concretizou a reviravolta, o do 4-3, ainda hoje é mostrado nas escolas do Ajax de Amesterdão, aquela cavalgada de Eusébio desde o meio-campo até à área norte-coreana, onde só foi parado em penálti. “A bola está meio metro à frente dos meus pés. Parece que tenho cola. E eu aumento a velocidade, meto as mudanças. Dei 17, 18 toques desde que o Coluna me entrega a bola. Sofro uma pancada à entrada da área, mas continuo, porque nunca fui de me atirar para o chão. Só que, depois, chega outro que me dá uma sarrafada... Penálti!”, foi como Eusébio descreveu o lance em entrevista ao “Expresso”.
Na sua primeira presença em Mundiais (seria a única até ao México 86), Portugal já estava entre as quatro melhores. Seguia-se a anfitriã Inglaterra. O jogo era para ser em Liverpool, de novo no estádio do Everton, mas, com o acordo da Federação Portuguesa de Futebol, mudou-se para Wembley e foi a selecção portuguesa que teve de mudar de base. Segundo contou Eusébio, a federação não era obrigada a aceitar a mudança, mas deu o consentimento a troco de compensação monetária. Mais uma viagem depois do duro jogo com a Coreia e as pernas dos portugueses já não estavam tão frescas para evitar o desaire por 2-1.
“A nossa federação vendeu-se e pronto”, acusou Eusébio, que marcou, de penálti, o golo português. Sem poder discutir o título, os “Magriços” ganharam o jogo de consolação para o terceiro lugar, contra a URSS, por 2-1. Um golo de Eusébio, que foi o melhor marcador do torneio, com nove golos. Duas imagens ficaram deste Mundial de 66: Eusébio a ir buscar a bola à baliza coreana, um gesto simbólico para a reviravolta que acabaria por acontecer; Eusébio a chorar após a derrota com a Inglaterra, quando já nada havia a fazer.
Património de Estado
Eusébio foi grande num tempo em que o futebol era diferente. Em que o futebol português era diferente. Em tudo. Nas rivalidades, nos hábitos, nos comportamentos. “Às segundas-feiras juntávamo-nos todos – do Sporting, do Benfica, do Belenenses -, almoçávamos frango assado no Bonjardim e depois íamos ao cinema. E andávamos sempre de metro ou de eléctrico, porque era mais barato. As pessoas paravam na rua só para nos verem juntos. Para tirar a carta tive de pedir autorização à minha mãe: ´Mas você vai tirar a carta porquê? Não há aí machimbombo [autocarro]’?”
Cinco anos depois de chegar a Portugal, Eusébio casou-se com a sua namorada, Flora (conheceram-se dois anos antes), em 1965, no evento que a revista “Flama” (que fez capa com Flora vestida de noiva) descreveu como “O remate final é o amor”. Tiveram duas filhas, por esta ordem, Sandra e Carla, respectivamente em 1966 e 1968. Foram fazendo vida em Lisboa, apesar das muitas propostas que Eusébio ia recebendo de grandes clubes. Mas o regime não o deixava sair. Salazar considerava-o património de Estado e isso, como o próprio o admitiu várias vezes mais tarde, impediu-o de ganhar muito dinheiro.
Eusébio fez o seu último jogo pelo Benfica a 29 de Março de 1975. Foi no Estádio da Luz, frente ao Oriental, vitória por 4-0, nenhum dos golos marcados por Eusébio. O último de “encarnado” marcara-o uma semana antes, no Bonfim, ao Vitória de Setúbal. Nessa época, Eusébio fez apenas 13 jogos (dois golos), entre o campeonato e a Taça das Taças, a sua pior época desde a primeira, a de 1960/61 (dois jogos), menos de um terço dos jogos oficiais do Benfica.
Já depois da revolução de 25 de Abril de 1974, o clube “encarnado” deixou-o sair e Eusébio juntou-se a uma das maiores colecções de craques da história do futebol, a North-American Soccer League (NASL), todos eles seduzidos pelos dólares norte-americanos. Pelé, Franz Beckenbauer, George Best, Johan Cruijff, Carlos Alberto, Teófillo Cubillas, Gordon Banks, Gerd Muller, Carlos Alberto, Graeme Souness. Eusébio não foi o único português nos EUA. Acompanhou-o Simões, a quem sempre chamou o seu “irmão branco”. No país onde o futebol não é “football”, mas sim “soccer”, a NASL conseguiu impor, por alguns anos, o futebol como desporto de massas, assente no princípio de que grandes estrelas dão grandes espectáculos e que grandes espectáculos (isto é especialmente verdade na América) atraem sempre muito público.
Eusébio era, de facto, uma estrela global, mas não foi desta que conseguiu jogar na mesma equipa de Pelé. Foram, novamente, adversários, como tinha acontecido em outras ocasiões. Pelé ficou no Cosmos de Nova Iorque, Eusébio foi para Boston, onde havia (e há) uma grande comunidade portuguesa. “Os grandes jogadores não podiam jogar na mesma equipa, era para ter ido para o Cosmos, mas fui para Boston. Com o mesmo contrato e a ganhar muito bem. Tinha casa, motorista. Até nos davam guarda-costas”, contou.
Em 1975, nos Minutemen, onde estavam muitos portugueses para além dele (Simões, Jorge Calado, Fernando Nélson e Manaca), Eusébio fez sete jogos e marcou dois golos – o jogo de estreia foi contra o Cosmos de Pelé. Bem melhor foi o ano de 1976, ao serviço dos Toronto Metro-Croatia, em que Eusébio marcou 13 golos e conduziu a formação canadiana ao título da NASL. Na passagem pelo continente americano, Eusébio esteve ainda no Monterrey, do México, nos Las Vegas Quicksilvers e nos New Jersey Americans.
Nos intervalos da aventura americana, Eusébio regressava a Portugal, não para descansar, mas para manter a forma e ganhar mais alguns escudos. Foi assim que jogou no Beira-Mar os seus últimos minutos e marcou os seus últimos golos na primeira divisão portuguesa e foi assim que andou pela segunda divisão a fazer carrinhos pelo União de Tomar, o seu último clube em Portugal. Eram contratos de curta duração. Eusébio e Simões, os irmãos, jogaram juntos até ao fim. Eusébio ainda teve a hipótese de jogar no Sporting, por convite de João Rocha, antes de ir para Aveiro.
No Beira-Mar, Eusébio teve o seu último contacto com o principal escalão do futebol português. Não com a camisola encarnada do Benfica, mas com o equipamento amarelo e negro da equipa aveirense. Pagavam-lhe 50 contos por mês. Dois momentos são importantes nesta breve passagem por Aveiro. Quando defrontou o rival Sporting e o seu clube do coração, o Benfica. Foi contra os “leões” que marcou, a 6 de Março de 1977, o seu último golo na primeira divisão, confirmando o Sporting (a par do Belenenses) como a maior “vítima” dos seus remates certeiros, 24.
Dois meses antes, tinha defrontado as “camisolas berrantes”, como lhes chamava Luís Piçarra na canção que serve como hino das “águias”. Tal como acontecera 20 anos antes em Lourenço Marques, Eusébio tinha de jogar contra si próprio. A 5 de Janeiro de 1977, Eusébio-Benfica, no Estádio Mário Duarte, em Aveiro, a contar para a 12.ª jornada do campeonato. Eusébio não iria ser profissional. “Já tinha avisado o treinador do Beira-Mar, o Manuel de Oliveira, que não ia rematar à baliza. Quinze minutos antes do jogo, fui ao balneário do Benfica e avisei para que não se preocupassem, pois não ia marcar golos. [No jogo] não rematei, não marquei faltas nem grandes penalidades. Andava lá no campo só a passar a bola aos outros.”
Com o jogo empatado 2-2, o Beira-Mar beneficia de um livre à entrada da área que seria mesmo ao jeito de Eusébio. Mas o “Pantera Negra” recusou-se a marcar. Palavra a António Sousa, futuro do FC Porto e do Sporting e internacional português, então um jovem a dar os primeiros passos no Beira-Mar. “O sentimento dele era enorme e jogar contra a equipa do coração e da vida foi marcante para ele. Porventura o mal-estar dele em relação ao próprio jogo era porque ele gostava de ganhar. O facto de o Eusébio não marcar um livre e dizer para eu marcar é sinónimo disso.” Sousa atirou por cima e o jogo acabou empatado.
Depois do Beira-Mar e de mais uma temporada nos EUA, Eusébio foi para o União de Tomar, da segunda divisão. Estreou-se com a camisola vermelha e negra do União a 1 de Dezembro de 1977, frente ao Estoril. Em 12 jogos disputados pelo clube ribatejano, marcou três golos, mas, nesta fase, ele já não era um avançado. Andava mais pelo meio-campo, tal como António Simões. “O nosso estilo era diferente. Já não tínhamos pernas para lá ir, ficávamos mais no meio-campo. Mas o Eusébio, nos livres era igual”, recorda Simões. Em Tomar, até carrinhos fazia.
De Tomar para Buffalo. Buffalo é relevante na vida de Eusébio? É e não é. Em toda a sua carreira é apenas uma nota de rodapé, mas é nesta cidade do estado de Nova Iorque que o irá cumprir os seus últimos jogos. A camisola dos Buffalo Stallions, equipa da Liga indoor norte-americana, será a sua última. Fica o registo do rendimento de Eusébio, veterano avançado de 38 anos e com os joelhos em mau estado, em 1979-80, a sua última época: cinco jogos e um golo.
Quando deixou de ser jogador, Eusébio nunca quis ser treinador principal. Foi ficando pelo Benfica, como adjunto, para ensinar uns truques a diferentes gerações de futebolistas. Por exemplo, como marcar golos estando atrás da baliza, um truque que tinha começado numa aposta com Fernando Riera. Eusébio apostou um fato com o treinador chileno em como conseguia marcar três golos em dez tentativas. O desfecho foi o mesmo das vezes em que apostava berlindes com os outros miúdos da Mafalala. Ganhou.
A lenda foi-se mantendo intacta. “King” em todo o mundo. Ninguém melhor para servir de embaixador do Benfica e de Portugal. Mas o homem passou um mau bocado nos últimos anos de vida, uma decadência natural da idade mas acelerada por alguns excessos. Os seus últimos tempos foram uma constante de alertas médicos e idas para o hospital, que sempre terminavam com um sorriso e a garantia de que tudo estava bem.
Quando fez 70 anos, numa festa com centenas de convidados, Eusébio já era um homem debilitado, de poucas palavras. Mas fazia questão de acompanhar a selecção para todo o lado e estava lá, no Euro 2012, para ver a sua contraparte do século XXI, Cristiano Ronaldo, conduzir a equipa portuguesa até às meias-finais – ao contrário de Ronaldo, Eusébio nunca foi capitão, apenas desempenhou essa função episodicamente. Eusébio sentiu-se mal após o jogo com os checos e já não estava na Ucrânia quando a selecção portuguesa foi eliminada pela Espanha nas meias-finais.
Ele era o homem que todos os guarda-redes temiam, mas também era aquele que cumprimentava os guarda-redes que defendiam os seus remates que pareciam indefensáveis. Ele era o homem que gostava de jazz e de caril de marisco, que almoçava quase diariamente no seu restaurante preferido desde que chegou a Lisboa em 1960, a Adega da Tia Matilde. Foi objecto de uma banda desenhada, de músicas com o seu nome no título e no refrão, de uma longa-metragem, de inúmeras homenagens e distinções, sempre nas listas dos melhores de sempre. Essa é uma equipa onde nunca será suplente
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