Espanha com o recorde de novos casos somados ao balanço anterior, França com 72 novos infetados por 100 mil pessoas contra 57 há uma semana, Itália a passar de novo a barra do milhar de novos doentes e o Reino Unido a duplicar os diagnósticos diários a cada semana.
Enquanto ainda debate se está perante a malfadada segunda vaga de covid-19 ou se está ainda a aprender a lidar (mal) com a primeira, a Europa vê-se forçada a apertar a medidas de contenção da pandemia.
Com 12 183 novos casos contabilizados ontem, a atualização mais elevada desde o início da pandemia, Espanha soma já 566326 infetados desde março. Com mais 48 mortes no último balanço (241 numa semana), o país vizinho acumula 29 747 vítimas mortais. Mas os dados devem ser lidos com cautela: só 4708 dos novos casos foram diagnosticados nas 24 horas antes das 18 horas de ontem; os restantes são recuperação dos dias anteriores, num país onde a contabilidade se faz região a região, cada uma à sua maneira. Madrid lidera com 1427 novos casos.
Do seu lado, o Reino Unido, país com mais óbitos por covid na Europa (41 614), acumulou ontem 3539 novas infeções, contra 2919 anteontem, para um total de 361 677. Os dados parecem apontar, segundo um novo estudo do Imperial College, para a duplicação de novos casos todos os sete a oito dias desde 22 de agosto só em Inglaterra. O índice de transmissibilidade (Rt) está, segundo os especialistas, em 1,7, número que o Governo reduz para 1 a 1,2. Resultado: limitou os ajuntamentos a seis pessoas, para travar, sobretudo, a transmissão entre jovens.
QUARENTENA REDUZIDA
Já França fala em "manifesta degradação": "A taxa de incidência subiu para 72 em cada cem mil pessoas, contra 57 há uma semana", realidade que o primeiro-ministro francês entendeu ser suficiente para anunciar novas restrições. O país soma 30 813 mortos para quase 354 mil casos, mais 9406 em 24 horas (anteontem foram 9843, um recorde desde o início da pandemia).
O reforço da testagem e do rastreio de contactos é uma das medidas, mas a mais importante será mesmo a da redução das quarentenas de 14 para sete dias, "período durante o qual há um verdadeiro risco de contágio", explicou Jean Castex. Argumentos científicos à parte, trata-se sobretudo de convencer os contagiados a respeitar o isolamento, que parece estar a falhar em França.