Jerónimo de Sousa criticou o Programa de Estabilização Económica e Social por considerar que apenas favorece os maiores grupos económicos e admitiu ser necessárias "novas respostas".
"As políticas que se avançam ou estão em curso não dão resposta aos problemas do presente, nem aos problemas do futuro do País", afirmou o secretário-geral do PCP durante o comício de encerramento da Festa do Avante.
"Vimos isso no chamado Programa de Estabilização Económica e Social e na proposta do Governo de Orçamento Suplementar que o suportava, onde se revelou, sobretudo, por uma clara opção pelo favorecimento dos interesses do capital para quem se canalizam milhões e milhões de euros", prosseguiu Jerónimo de Sousa.
O comunista critica a visão do PS para o futuro e considera serem necessárias novas respostas. "Vemos isso quando o Governo apresenta a primeira versão do programa que chama de resiliência e recuperação com as suas opções para o futuro. A dimensão dos problemas exige outra resposta e não vale a pena uns virem agitar com ameaças de crise política. O que se impõe é aproveitar todos os instrumentos para não permitir que os trabalhadores e o povo vejam a sua vida mergulhada numa crise diária".
Jerónimo de Sousa avisou o PS de que o Orçamento do Estado para 2021 "tem de dar resposta aos problemas mais imediatos, inadiáveis e urgentes. Tem de acudir a quem perdeu rendimentos com apoios extraordinários que garantam condições de vida, a quem tem em risco a sua actividade apoiando em particular as micro e pequenas empresas".
Além disso, avisou que o Governo pode contar com o PCP "para a valorização das carreiras dos trabalhadores, o aumento geral dos salários, no setor privado e público, e do Salário Mínimo Nacional para 850 euros, para revogar as normas gravosas da legislação laboral em particular com a eliminação da caducidade da contratação coletiva".
Também alegou ser necessário "ampliar a proteção social, reforçar a proteção no desemprego e na doença, melhorar o abono de família e apostar na criação de uma rede pública de creches e lançar uma rede pública de lares, aproveitando designadamente os fundos anunciados para Portugal.
"Soluções com o PCP para recuperar o controlo público de empresas estratégicas - a começar pelos CTT, o Novo Banco e a TAP - indispensáveis ao desenvolvimento soberano do País", alertou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa diz ainda que "o que se exige de resposta aos problemas que o País enfrenta é uma outra política e outras opções, nem todas com cabimento direto no Orçamento do Estado, que criem condições para o desenvolvimento do País".
Sobre a Festa do Avante, Jerónimo de Sousa avançou que "este Comício e esta Festa ficam marcados pela capacidade, a organização, a responsabilidade, a coragem e a confiança". "Pensavam alguns que com a mentira e a afronta baixaríamos os braços, tiveram a resposta", atirou.