O advogado de Rui Pinto revelou, esta sexta-feira, que o criador do Football Leaks usou um colete à prova de balas na primeira sessão do julgamento. Rui Pinto está acusado de 90 crimes, um deles de alegada tentativa de extorsão à Doyen.
"A avaliação que é feita [pelos serviços de segurança da PSP] é de que há riscos sérios e severos relativamente à segurança do Rui Pinto e daí todas estas cautelas", afirmou, aos jornalistas, Francisco Teixeira da Mota.
O dispositivo policial no Campus de Justiça de Lisboa foi reforçado, durante o dia de hoje, com elementos da Unidade Especial de Polícia da PSP, munidos de "shotgun".
À entrada do edifício onde decorreu a sessão, foi montado um perímetro de segurança e só pessoas autorizadas puderam aceder ao interior.
Os jornalistas, identificados e revistados várias vezes, foram obrigados a desligar todos os equipamentos eletrónicos e a deixá-los à entrada, quer da sala onde decorre o julgamento, quer do auditório, para onde o julgamento está a ser transmitido, de modo a garantir a presença de mais pessoas no público.
As entradas e saídas no decorrer da diligência foram igualmente limitadas ao mínimo, com o tribunal a fazer pequenos intervalos para que a comunicação social pudesse, na rua, relatar os acontecimentos.
No final da sessão, a presidente do coletivo de juízes esclareceu que as limitações estabelecidas para o interior da sala de audiências foram decididas pelo tribunal "de acordo com as recomendações que lhe foram dadas".
A magistrada admitiu rever, em sessões futuras, a proibição de serem usados equipamentos eletrónicos na sala de audiências.
O julgamento continua a 15 de setembro, no Tribunal Central Criminal de Lisboa. Rui Pinto está acusado de 90 crimes, um dos quais em coautoria com Aníbal Pinto. O advogado é suspeito de ter intermediado a tentativa de extorsão à Doyen. Alega, porém, que apenas negociou um contrato de prestação de serviços.