O milionário Jeffrey Epstein suicidou-se por enforcamento no último sábado, confirmou, esta sexta-feira, a autópsia realizada ao cadáver do suspeito de estar envolvido numa rede de abuso sexual de crianças, adianta o "The New York Times".
Poucas horas depois da morte do multimilionário Jeffrey Epstein, que foi encontrado sem vida na cela onde estava detido, no Metropolitan Correctional Center, em Manhattan, depois de ter sido acusado de envolvimento numa rede de tráfico de menores, várias teorias da conspiração começaram a espalhar-se nas redes sociais. Apesar de a causa de morte de Epstein ter sido agora declarado oficialmente, dificilmente essas teorias deixarão de circular na Internet.
O homem, de 66 anos, era uma das figuras mais conhecidas dos EUA e tinha uma rede poderosa de amigos. Entre eles, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, e o antigo presidente Bill Clinton, mas também elementos da família real britânica, como o príncipe André, que, segundo escreve o jornal "The Guardian", estaria envolvido nesta rede.
Foi este conjunto de pessoas famosas que contribuiu como um combustível para as teorias da conspiração que começaram a surgir nas redes sociais.
Alguns dos rumores concentraram-se naquilo que Epstein poderia saber sobre os políticos e que alguns dos mais poderosos o poderiam querer ver morto. Foi, desta forma, e mesmo depois da confirmação do suicídio, que a hashthag #espsteinmurder se tornou viral em todo o mundo.
Memes, vídeos no YouTube e publicações no Facebook foram contaminando a opinião pública com as mais variadas teorias da conspiração, alimentadas também por políticos e jornalistas. Joe Scarborough, um dos mais conhecidos rostos do canal MSNBC, escreveu no Twitter: "Um homem que tinha informações que poderiam destruir a vida de muitos ricos e poderosos acaba morto na cela da prisão".
As declarações do Mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, que aos jornalistas disse que morte de Epstein "foi muito conveniente", também ajudaram à maré de teorias sobre a morte do multimilionário. "Quantos outros milionários e multimilionários sabiam o que ele estava a fazer?", questionou.
A primeira tentativa de suicídio falhada
Alguns outros rumores centraram-se no facto de Epstein já se ter tentado suicidar na prisão. Duas semanas antes da sua morte, foi encontrado com marcas de ferimentos no pescoço, levando muitos a questionar como é que alguém que se tinha tentado suicidar há poucas semanas conseguiu fazer isso agora. "Quem é que o estava a vigiar?", questionou Rudy Giuliani, advogado de Donald Trump, criticando a atuação das equipas de segurança.
Fontes oficiais, citadas pela BBC, explicaram que Epstein tinha sido retirado do programa de acompanhamento mais cuidado pouco tempo antes de se ter suicidado. O jornal "The New York Times", que cita de forma anónima funcionários da prisão, diz que as medidas de segurança não foram cumpridas. As rondas, que tinham que acontecer a cada 30 minutos, não se realizaram como combinado e Epstein, que deveria estar acompanhado, estava sozinho quando se suicidou.