Uma mulher de 54 anos, considerada filantropa por adotar 118 crianças, foi condenada, na China, a 20 anos de prisão por fraude, extorsão, falsificação e distúrbios da ordem pública.
Li Yanxia foi considerada culpada, na quarta-feira, de extorsão, fraude, falsificação e perturbação da ordem pública. A mulher de 54 anos foi também multada em 388 mil dólares (cerca de 347 mil euros). O companheiro de Li, Xu Qi, foi condenado a 12 anos e meio de prisão e a aproximadamente 156 mil euros de multa. As penas dos restantes 14 cúmplices vão até quatro anos de prisão.
Em 2006, Li ficou conhecida por adotar dezenas de crianças na cidade de Wu'an, na China. Ao longo dos anos, acumulou uma riqueza elevada e tornou-se uma das mulheres mais ricas de Hebei. Chegou a investir numa empresa de exploração de minas de ferro e tornou-se a principal acionista anos depois. "Vi uma menina de cinco ou seis anos a correr pela mina. O pai tinha morrido, a mãe tinha fugido e decidi adotá-la. Foi a primeira pessoa que ficou à minha guarda", disse a mulher ao jornal "Yanzhao Metropolis Daily", na altura.
Continuou a adotar mais crianças até que decidiu abrir um orfanato, chamado "Love Village". O número de crianças sob os cuidados de Li atingiu o pico em 2017, com 118 adoções.
Foi nesse ano que as autoridades receberam denúncias públicas, alertando para atividades suspeitas. Em maio de 2018, a polícia descobriu que a mulher possuía cerca de três milhões de euros divididos em várias contas bancárias e possuía veículos de luxo como Land Rover e Mercedes Benz. Li Yanxia estaria a realizar atividades ilegais desde 2011.
Algumas das crianças eram sujeitas a trabalhos de força. Quando a mulher estava interessada em alguma propriedade, exigia aos menores que se deixassem atropelar pelas carrinhas dos construtores para que as obras fossem interrompidas, chantageando as empresas.
Há dois meses, ainda se encontravam 74 crianças no orfanato, que foram então transferidas para instituições governamentais.